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15 | I Série - Número: 021 | 15 de Janeiro de 2010

A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Saúde, na sequência da sua intervenção, queria dizer-lhe que rejeitamos veementemente o que a Sr.ª Ministra acabou de dizer, tentando adjectivar um debate seríssimo que entendemos trazer a este Plenário como «arma de arremesso político»...

Aplausos do PSD.

Fica-lhe muito mal apelidar e adjectivar dessa maneira um problema tão grave que Portugal enfrenta.
Sr.ª Ministra, se a repugna tanto assim utilizar este tema para debate político — devo até dizer-lhe que isso pode significar uma certa desfocagem do que é o papel de um político, que é talvez a mais nobre das actividades que um ser humano pode ser chamado a fazer —, pergunto-lhe por que é que, hoje, em Conselho de Ministros, a reboque deste agendamento, o Governo tomou medidas na área do rastreio.

Aplausos do PSD.

Ficamos contentes, mas, para quem fica tão repugnada por ver trazer a este Plenário o debate de uma coisa séria, espanta-me, Sr.ª Ministra»! Trouxe aqui V. Ex.ª uma adjectivação usada por mim quando considerei leviano o documento que nos foi apresentado pelo Alto-Comissariado da Saúde. Repito a afirmação: foi, de facto, leviano. E vou dizer-lhe porquê. Foi leviano porque não soube antecipar as consequências dos limites que avançou naquele documento e não soube fundamentar e explicar a razão técnica e científica para a sua proposta. E foi tão leviano que foi a Sr.ª Ministra a primeira a reconhecê-lo, porque no dia a seguir teve de vir desmentir a Sr.ª Comissária, dizendo que não ia encerrar quaisquer serviços em oncologia e que, pelo contrário, ia abrir mais.
Deixo-lhe esta pergunta, Sr.ª Ministra: quais são esses tais novos serviços em oncologia que vai abrir? Era muito importante que aproveitasse este debate para nos dizer o que vai fazer.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Helena Rebelo.

A Sr.ª Maria Helena Rebelo (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Saúde, como alguém referia recentemente na televisão, «o cancro é uma doença injusta» e sentimo-la tão mais injusta quanto mais jovens são as pessoas afectadas por ele, como as crianças e os adolescentes. Todos somos sensíveis ao drama individual e familiar que envolve o diagnóstico da doença oncológica. No entanto, o atendimento prestado ao doente/família do foro oncológico exige mais do que pesar; exige profissionalismo, exige uma comunicação adequada.
O Plano Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas, no capítulo relativo à formação, refere que a primeira linha de cuidados psicossociais é veiculada através de uma boa e adequada comunicação aos doentes e família. Pode ler-se ainda que os estudos científicos indicam que a comunicação é uma área de competência essencial para os cuidados oncológicos, pois que dela depende grandemente a adaptação do doente à sua doença e tratamentos e, consequentemente, os resultados obtidos, a confiança que o doente deposita na equipa que o trata e a satisfação com os cuidados de saúde prestados.
Neste sentido e ainda segundo o Plano, iniciar-se-á um programa de formação em técnicas de comunicação.
Sr.ª Ministra, a meta definida para 2009/2010 prevê a «realização de três workshops sobre técnicas de comunicação para médicos e dois para enfermeiros». É, na minha opinião, uma meta pouco ambiciosa que não corresponde à importância que este Plano — e bem! — atribui a esta área.
A Sr.ª Ministra, em Novembro, numa entrevista à revista Sábado, referia, a propósito da qualidade nos hospitais nacionais, o seguinte: «Alguns hospitais valorizam pouco a forma como acolhem o doente e os familiares. Valoriza-se pouco o atendimento, a privacidade, a comunicação com o doente, isto é, a forma como se transmite informação ao doente, o cuidado que se tem ao falar com as famílias.»

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