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53 | I Série - Número: 025 | 23 de Janeiro de 2010

Nessa medida, todos nós, enquanto cidadãos, estamos também atingidos na nossa condição de seres solidários que não são indiferentes ao sofrimento de outros povos.
Nesta tragédia humana emergem situações de drama que demonstram as fragilidades da condição humana mas emergem também, felizmente, valores como a coragem, a generosidade, a solidariedade, o amor e a compaixão, que são valores que, óbvia e infelizmente, são tantas vezes postos à prova, quando o ser humano se confronta com situações-limite.
Ao associarmo-nos a este voto de pesar, que é, sobretudo, um acréscimo contra aqueles que se manifestam com indiferença em face do sofrimento do ser humano, manifestamos, obviamente, em primeiro lugar, a solidariedade com o povo do Haiti.
Queremos também agradecer a solidariedade da sociedade civil e do povo português, que, nestas alturas, se move e manifesta, estando, ele próprio, a atravessar um período de crise, a sua grandeza e a sua coragem.
Oxalá este voto seja um incentivo para que se continuem a verificar as iniciativas da sociedade civil.
Por último, com este voto, queremos também agradecer a coragem e o exemplo de pessoas que, associadas a organizações como a AMI, a Médicos Sem Fronteiras, a Cáritas, a Oikos, a Cruz Vermelha, o INEM, estão no terreno a dar o melhor de si mesmos, dizendo, mais uma vez, que não temos de ser indiferentes em face do sofrimento humano.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome do Grupo Parlamentar do PCP, expressamos o mais profundo pesar e a mais viva solidariedade para com o povo haitiano, que se tem confrontado com as consequências dramáticas deste verdadeiro pesadelo que está a ser vivido desde que ocorreu o abalo sísmico naquele país.
Não poderíamos deixar de subscrever este voto de pesar e de sublinhar a importância e a urgência de uma grande mobilização para uma resposta solidária, pronta e eficaz, de todas as origens e sob todas as formas, para fazer face a este terrível drama humanitário. A situação é, aliás, tanto mais grave quanto se sabe que o Haiti e o seu povo têm sido marcados, desde há muitos anos, por uma situação de extrema pobreza e de uma enorme vulnerabilidade, revelando-se, também aqui, a clamorosa injustiça, exploração e desigualdade que esta ordem mundial imperialista tem vindo a criar e a agravar.
Queremos também expressar uma saudação àqueles que têm estado a intervir no terreno, em vários terrenos, em solidariedade activa para com o povo haitiano, vítima desta tragédia, e sublinhar a necessidade fundamental de se garantirem, de facto, o espaço, os meios, a responsabilidade e o respeito pelas Nações Unidas e pelo seu dispositivo de resposta e intervenção humanitária, necessidade que é, aliás, tanto mais actual e premente quanto se verifica que já há situações preocupantes de aproveitamento, de imposição e até de ocupação por forças militares estrangeiras naquele território.
Nesse sentido, Sr. Presidente, não queremos deixar de manifestar este alerta e esta preocupação, não esquecendo o essencial, que é, de facto, a solidariedade para com o povo do Haiti.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Pureza.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Este é o momento da solidariedade e, portanto, o Bloco de Esquerda associa-se plenamente a este voto, na convicção de que vale a pena enaltecer todos aqueles e todas aquelas que se entregam a troco de coisa nenhuma pela solidariedade para com aqueles e aquelas que sofrem no Haiti.
Este é também um tempo de aprendizagem, para aprender que o desastre no Haiti foi potenciado pelas condições de vida daquele povo. E não faremos bem se aprovarmos este voto e não percebermos que, pelo menos, 2 milhões de pobres foram atirados para Port-au-Prince por condições de dumping no comércio do arroz, não faremos bem se aprovarmos este voto e não percebermos que as multidões de Cité Soleil eram atiradas para essa condição, muito mais do que pela sua própria vontade ou pela fatalidade de um destino.
É, por isso, um momento de solidariedade e de aprendizagem e o Bloco de Esquerda está necessária e totalmente de acordo em que a Assembleia da República se expresse, unanimemente, a favor do povo do Haiti e seja solidária com o seu sofrimento.

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