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66 I SÉRIE — NÚMERO 31

No meio deste panorama, o Primeiro-Ministro teve sorte: teve sorte por haver um partido da oposição

responsável; um partido que, apesar de discordar, frontalmente, da sua estratégia e apesar de a actual

situação ser da responsabilidade total deste Governo socialista, não deixa de lhe dar condições para inverter a

situação.

O PSD tem plena consciência da sua responsabilidade política, como maior partido da oposição e, por isso

mesmo, seremos especialmente exigentes quando estiver em causa o interesse nacional, mas não nos

deixaremos capturar por quaisquer teias políticas que o Governo e o Partido Socialista tentem urdir.

Aplausos do PSD.

Saberemos, em todos os casos, sem sujeições a quaisquer pressões, exercer a nossa função, com os

olhos postos no País, na salvaguarda do interesse dos portugueses.

Aplausos do PSD, de pé.

O Sr. Presidente: —A Mesa regista três pedidos de esclarecimentos à Oradora, sendo o primeiro do Sr.

Deputado Francisco de Assis, a quem dou a palavra.

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, antes de fazer-lhe

qualquer pergunta, quero salientar, em nome da seriedade, que o PSD, ao contribuir, pela abstenção, para a

viabilização deste Orçamento do Estado, adopta uma postura séria que queremos saudar.

Vozes do PS: —Muito bem!

Risos do PCP.

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Estou mesmo certo de que quando, dentro de alguns dias — ao que

parece, poucos —, se fizer uma avaliação histórica do seu legado, como líder do Partido Social-Democrata,

essa não será, com certeza, uma das piores decisões que tomou.

Quanto ao resto, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, vou dizer-lhe uma coisa que me parece muito

simples: nas lideranças políticas, tanto se morre por excesso de ilusão como por excesso de descrença. E a

sua liderança política ficou muito marcada por esse excesso de descrença que, agora, uma vez mais, aqui foi

evidente, neste debate.

Temos consciência de que nem tudo está bem, no nosso País.

A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Quem diria!…

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Temos consciência de que há enormes dificuldades estruturais a que

se associam problemas conjunturais que, permanentemente, se vão renovando.

Mas o que entendemos também é que a melhor forma de enfrentar essas dificuldades não é seguindo pelo

caminho da descrença, da desistência, da desilusão e do permanente cepticismo. Não basta enunciar

problemas para resolver os problemas! Não basta chamar a atenção das dificuldades para resolver as

dificuldades!

É preciso ter políticas, soluções e ideias e foi sobre isso, justamente, que não ouvimos uma única ideia

concreta, uma única medida, uma única linha de orientação política, para além de uma retórica, muito

abstracta e vaga, que caracterizou, sempre, a vossa intervenção nesta matéria!

Aplausos do PS.

Por isso é que poderemos, hoje, aqui dizer, fazendo uma síntese, que o discurso da Sr.ª Deputada foi um

discurso com duas características: um discurso derrotista e um discurso derrotado.

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