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24 I SÉRIE — NÚMERO 33

Os gracejos são muito interessantes, e espero que haja vários, porventura, ao longo do dia de hoje, e

também de amanhã, para podermos descontrair — assim espero, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite,

espero proporcionar-lhe outro momento de diversão —,…

Risos do PSD.

… mas aquilo que está em causa é, de facto, o futuro do País. Infelizmente, o Bloco de Esquerda sempre se

furtou a todos os contributos válidos, no respeito pela acção do Governo, pela propositura do Governo e pela

maioria, não absoluta mas maioria, que ganhou as eleições legislativas e que suporta o Governo.

Portanto, Sr. Deputado Francisco Louçã, ao longo destes dois dias de debate, na especialidade, em

Plenário, espero que possa evoluir para um sentido de voto diferente daquele que manifestou, na

generalidade, por forma a dar o seu contributo para que o País não mergulhe numa crise política gravíssima, a

qual só viria a agravar problemas que já existem e a criar novos problemas.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: —Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Partido Socialista teve o bom gosto ou

o mau gosto de convocar uma boda como exemplo para este debate do Orçamento e, agora, o Sr. Deputado

Afonso Candal amofina-se com isso. Vire-se para a sua bancada, Sr. Deputado, e faça os seus reparos a

quem tem de os fazer!

Este debate é seríssimo, Sr. Deputado, e é por isso que não aceitamos a sua política, que é um tríptico de

redução de despesa social, de redução de salários e de redução de investimento, que o Sr. Ministro de Estado

e das Finanças anunciou no Financial Times e que os portugueses já conhecem!

Aquilo a que o Bloco de Esquerda é chamado é a mostrar que é necessária uma política de governação

que responda às dificuldades e que comece por rejeitar as dificuldades que são criadas pela política errada de

reduzir despesa social, reduzir investimento e reduzir salários.

O Bloco de Esquerda demonstra, neste debate do Orçamento — e já o demonstrou no debate do Programa

de Estabilidade e Crescimento —, que agora, como sempre, é preciso respostas concretas de uma esquerda

de combate contra a desigualdade e a injustiça. Este desafio aceitamo-lo por inteiro e vamos demonstrar,

neste debate, que o caminho da aliança do PS com o PSD e o CDS é o desastre económico e o desastre

social de quem desistiu de uma política de solidariedade.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: —Tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Frasquilho.

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: A intervenção do Deputado Victor

Baptista deixa-nos atónitos. O senhor parece ainda não ter percebido que o défice «miraculoso» de que falou

foi reduzido à custa de mais impostos, de menos investimento público e de receitas extraordinárias em 2008.

Foi esta a receita que os senhores aplicaram ao País e, por isso, deixaram a economia no estado em que ela

se encontra.

Aplausos do PSD.

O PRACE, a mãe de todas as reformas, foi um rotundo fracasso financeiro e, agora, os senhores ainda não

perceberam que arrepiar caminho é uma inevitabilidade, que a trajectória do endividamento público e do

endividamento externo não pode continuar como está, designadamente com os holofotes sobre Portugal, a

nível internacional.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O PSD fala como se não fosse viabilizar o Orçamento do Estado!…

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