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44 | I Série - Número: 039 | 26 de Março de 2010

É por isso que ouço João Cravinho: «O PS entrou numa deriva à direita» — uma deriva à direita!! Ouço Mário Soares: «Não compreendo como é que vão privatizar os correios, a TAP ou outras companhias assim, desbaratar o nosso património!»...
Ouço Pedro Adão e Silva (pelos vistos, quem participou na redacção deste texto): «Quem vai sofrer com o PEC, Sr. Ministro, são os mais pobres» — é dramático!! Se estas vozes fossem ouvidas, então, perceber-se-ia que havia uma alternativa à esquerda — no corte no desperdício, no corte na extravagância, no corte na perda de recursos de todos —, para que pudesse haver uma política que desse a dignidade e a confiança ao País, de combater por salários justos, de aceitar as pensões de reforma que devem ser aumentadas, de combater pelo emprego e pelo direito à dignidade das pessoas, e de recusar a vergonha a que o PS nunca na vida tinha chegado, ao dizer que a redução do subsídio de desemprego é a primeira medida para obrigar os desempregados a, perdendo tudo, talvez algum dia terem emprego.

Aplausos do BE.

Os senhores que chefiam um Governo que, no último ano, registou 300 desempregados/dia, dizem que o objectivo deste Programa — tão «equilibrado« que ele ç, Sr. Ministro»! — é, em quatro anos, conseguir recuperar o desemprego de Novembro e Dezembro do ano passado! Onde está o combate ao desemprego?! Onde estão os cartazes eleitorais? Onde está o Eng.º Sócrates? Onde estão as promessas? Onde está o Programa? Onde está a dignidade de uma política que se concentrasse no essencial: contas certas, verdade fiscal, transparência, justiça e emprego?!...
O que hoje vamos votar aqui é a abdicação, por anos a fio, de qualquer política orçamental do Governo e de qualquer política social, de acordo com a palavra dada.
O PS desistiu da sua palavra!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, estamos a aproximar-nos do fim de um dos mais importantes debates desta Legislatura, a que o Sr. Primeiro-Ministro não quis comparecer, um debate em que o Sr. Ministro das Finanças diz que quem contesta o PEC à esquerda defende a política orçamental sem critério...! Não, Sr. Ministro, nós temos é um critério diferente do vosso! O nosso critério não é deixar sempre a banca sem a taxação que é justa; não é penalizar sempre os mesmos, enquanto os mais ricos deixam de pagar aquilo que devem para uma sociedade mais equilibrada. Esse é o vosso critério! Foi o critério que aplicaram todos estes anos, antes da crise internacional e durante a crise internacional, e que querem continuar a aplicar depois da crise internacional!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não é uma política sem critério que queremos; é uma política com um critério justo, uma política com um critério que defenda os interesses de todos e não apenas os interesses de um punhado de privilegiados, que continuam a ser os destinatários da vossa política.
Diz o Sr. Ministro que somos contra as regras do euro e do Pacto de Estabilidade. Pois somos! Somos nós e muitos economistas, até da área do Partido Socialista, que reconhecem que estas regras do Pacto de Estabilidade são desastrosas para uma economia como a nossa e para o nosso desenvolvimento.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Também somos contra as privatizações, em que o Governo vai vender ao desbarato empresas essenciais para o nosso desenvolvimento, para a nossa soberania até — e de tal

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