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36 | I Série - Número: 055 | 8 de Maio de 2010

Ou seja, aquilo que estamos a verificar em Portugal aplica-se em dobro ou em triplo à Grécia. O que a União Europeia quer impor à Grécia é privatizações, congelamentos salariais e restrição de direitos sociais.
Então, este não era o momento de haver verdadeira solidariedade e de libertar aquela gente das amarras do PEC?! Claro que sim! Mas não! Não é isso! Aquilo que fazem é amarrá-la com mais PEC, mais PEC e mais PEC.
Portanto, estamos a contribuir para que a própria Grécia não tenha a capacidade de se dinamizar em termos económicos a curto e a médio prazo. É evidente! E, em termos sociais, aquilo que estamos a fazer é a contribuir para estrangular aquele povo. É isto que queremos?! Nós não temos voz na União Europeia?! Nós não «batemos o pé» na União Europeia para dizer que não pode ser?! Mas nós andamos sempre a mando da União Europeia?! Andamos a fazer com que a União Europeia contribua para estrangular outros Estados mais fracos do que aqueles que, verdadeiramente, nela mandam?! Mas o que é isto?! Porque é que não «batemos o pé»? Porque é que entramos sempre «no barco»?! Porquê?! Estas são as questões que temos de colocar, para que tenhamos também em conta os efeitos que estes PEC e estes instrumentos inventados pela União Europeia têm também em nós. E os protestos, Srs. Membros do Governo, também recomeçarão, naturalmente, em Portugal, porque as pessoas sabem que lhes estão a querer cortar capacidade de vida, e isso o Governo não pode oferecer.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Este é um momento da maior importância, porque, verdadeiramente, ao decidirmos hoje aqui apoiar a Grécia, estamos a tomar uma decisão mais profunda, porque é a Europa que está a decidir apoiar-se a si própria.

Aplausos do PS.

Portanto, este é um grande momento de manifestação de solidariedade europeia.
Por detrás do ataque especulativo à Grécia, está claramente um ataque especulativo ao euro. E um ataque ao euro é um ataque ao centro do projecto europeu e, por isso, a Europa tinha de saber reagir a esta situação.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas não soube!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — E os países europeus, um a um, estão a tomar decisões nos respectivos parlamentos nacionais, no sentido de manifestarem a sua solidariedade para com a Grécia, que é o mesmo que estarem a afirmar a sua confiança no projecto europeu, a sua confiança no euro e a sua disponibilidade para lutar pela vitória neste processo, nesta luta contra os mercados especulativos.
Por isso, Sr.as e Srs. Deputados, este é um momento crucial. A Europa não se construiu a partir de uma abstracção utópica. Aliás, todos os momentos históricos em que se pretendeu construir a Europa com base em abstracções utópicas levaram directamente ao falhanço. A Europa tem-se construído, ao longo das últimas décadas, a partir de pequenos passos que vão sendo dados, de pequenas manifestações de solidariedade entre os vários povos europeus. Ora, este é um destes momentos em que vários povos, em que governos representantes de países com história, com percursos, com traumas e até com fantasmas históricos diferentes, são capazes de assumir uma solidariedade para com a Grçcia,»

Aplausos do PS.

» uma solidariedade para com o grande projecto europeu.
Sr.as e Srs. Deputados: Nem todos estamos sempre contentes com a forma como a Europa toma as suas decisões e, naturalmente, se quisermos fazer uma avaliação crítica de todo este processo, temos razões para manifestar algum descontentamento»

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