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38 | I Série - Número: 064 | 4 de Junho de 2010

Reabilitar o património cultural e os centros históricos deve ser a palavra de ordem, a prioridade cultural das prioridades. Mas nem uma palavra, nem um programa definido, nem a força do querer.
Pensar o País como um todo, vê-lo como objecto do desejo da procura da cultura e da formação dos públicos é um acto frustrado.
Mas comecemos a nossa apreciação pelos museus. A Sr.ª Ministra quis ter aqui um sonho: os bilhetes nos museus deviam ser gratuitos. Mas, este ano, esse mesmo sonho trouxe aumentos que chegaram aos 25% no preço do bilhete em museus e palácios. O sonho, esse enorme pesadelo»! Ou o sonho que só se continua a fazer sentir no Museu Berardo, alojado em pleno CCB. E 7 milhões de euros por ano é quanto custa ao Estado português esta mesma insónia. Paga-se em todo o lado, menos aqui.
Porquê aqui? Talvez por obediência àquele estranho princípio de dividir os museus em escalões: os «nacionaisnacionais» e os «nacionais-locais»; os filhos e os enteados. «És um museu considerado, ficas no Estado; és um museu assim-assim, tens gestão bicéfala; és um museu menor, passas para as autarquias»...

Aplausos do PSD.

Mais e mais museus só no eixo Belçm/Ajuda; mais despesa, mais espaços» E todos os outros que existem que sobrevivam como podem. Colecções que não são actualizadas, obras de manutenção que não são feitas» É este o dia-a-dia dos nossos museus.
E no cinema como estamos? Tanto o PS apostou em pessoas da área do cinema como seus apoiantes e veja-se o que conseguiram: pararam os instrumentos de financiamento ao cinema. A melhor fita documentou o feito notável de mais de uma dezena de realizadores se juntarem numa carta de protesto dirigida à Sr.ª Ministra.
Que êxito existe na política do cinema quando, em anos muito bons, os filmes portugueses conseguem apenas 4,5% dos espectadores totais? O financiamento deve reger-se por resultados, mas nem resultados, nem financiamento.
Brevemente, muito brevemente, atingiremos o grau de destruição da actividade cinematográfica em Portugal.
E o Estatuto do Artista já está pronto? Para quando? Para outro governo talvez» E continuam a dançar os bailarinos? Continuam, mas sem ver os seus problemas resolvidos. Não é do «tango» que falamos, é do «pas de deux» entre o Primeiro-Ministro e a Ministra da Cultura, que acaba em pisadelas e desacertos.

Aplausos do PSD.

Profissionais de uma profissão de desgaste rápido têm como prémio uma solução de desgaste lento. A Companhia Nacional de Bailado não merece isto! E o que se entende por Companhias Nacionais de Bailado, de Teatro ou de Ópera? São pagas pelos dinheiros públicos, para que o povo a elas tenha acesso só quando visitam a capital?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas que eu saiba o PSD não tem qualquer proposta» Apresentaram algum projecto de lei sobre isso?

O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Ou, já que foram pagas, poderão auferir da sua apresentação em vários pontos do País? É porque são muitas as salas que as autarquias construíram, são imensas as promessas de descentralização cultural e a tudo isto corresponde a Cultura em Lisboa como umbigo do mundo.
E na música, só alguns são os escolhidos e muitos os ignorados. Qual é o critério do apoio às orquestras sinfónicas ou clássicas? O Estado, o Estado-Maior, discrimina e gasta; promove e escolhe; clienteliza e esquece. Não está só no País.

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