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44 | I Série - Número: 070 | 19 de Junho de 2010

Quanto à sua experiência e acção militar, quero dizer aos Srs. Deputados que muito do que se diz do Almirante Rosa Coutinho é perfeitamente descontextualizado e, por isso, errado.
O Almirante Rosa Coutinho teve uma acção, enquanto militar, verdadeiramente excepcional, tendo sido ele o responsável pelo levantamento hidrográfico, como engenheiro hidrógrafo, de toda a costa de Moçambique, levantamento esse que foi tentado por vários grandes engenheiros hidrógrafos que nunca o tinham conseguido fazer. Ora, a determinação, a decisão, o entusiasmo e a capacidade fizeram com que o Almirante Rosa Coutinho conseguisse desempenhar essa função.
O Almirante Rosa Coutinho, depois da Revolução, foi chamado para exercer funções muito difíceis e, provavelmente, não terá assumido as posições mais correctas e mais adequadas em todas as circunstâncias, o que também aconteceu com muitos de nós que estamos sentados nesta Assembleia e com muitos outros que estão fora dela, que cometeram erros numa tentativa de construir e de fazer o melhor pelo seu País.
Vimos, no último 10 de Junho, desfilar, atrás das Forças Armadas, um conjunto de ex-combatentes a quem ninguém perguntou como e de que maneira tinham feito a Guerra Colonial, isso significa patriotismo, isto é, estar ao ser ao serviço de Portugal, dos portugueses e das Forças Armadas. Ora, o Almirante Rosa Coutinho foi, efectivamente, um patriota.

O Sr. Presidente: — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Marques Júnior (PS): — Termino, Sr. Presidente.
Quero ainda dizer aos Srs. Deputados que este patriotismo do Almirante Rosa Coutinho foi ao ponto de ter sido um dos homens que muito contribuiu para que Portugal, em 25 de Novembro, não entrasse em guerra civil. Deve-se ao Almirante Rosa Coutinho e ao Almirante Martins Guerreiro a decisão de terem impedido que sete companhias de fuzileiros fortemente armados se deslocassem para Lisboa no próprio 25 de Novembro, evitando, assim, derramamento de sangue e, provavelmente, uma situação política de consequências imprevisíveis.
Penso que será feita a história verdadeira, e digo isto com profunda convicção e também com o à-vontade de que esteve, muitas vezes e em situações decisivas, em contradição com o Almirante Rosa Coutinho.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, homenageamos o Almirante Rosa Coutinho, figura marcante do 25 de Abril, membro da Junta de Salvação Nacional, Membro do Conselho da Revolução, uma personalidade que deu uma contribuição muito significativa não só à realização do 25 de Abril mas também ao desenvolvimento, à implantação e à consolidação da democracia política e constitucional em Portugal.
Personalidade controversa, o «Almirante Vermelho» foi, contudo — ninguém o poderá negar — , uma pessoa coerente nas suas convicções, nas suas posições políticas, tendo estado desde sempre ligado àquilo que se convencionou chamar a esquerda militar.
O Bloco de Esquerda, não iludindo aspectos históricos que merecerão juízo em cada momento temporal, quer deixar expressa uma homenagem e uma sinalização política.
Homenageamos no Almirante Rosa Coutinho não apenas o militar de Abril mas, como alguém disse, qualquer coisa que vai para além da figura e da pessoa, isto é, homenageamos o herói colectivo que foi o MFA, Movimento das Forças Armadas.

Aplausos do BE e da Deputada do PS Ana Paula Vitorino.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, em nome da bancada do PSD, gostaria de dizer que temos respeito pelo percurso profissional e militar do Almirante Rosa Coutinho e, nessa

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