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39 | I Série - Número: 079 | 10 de Julho de 2010

Foi autora de alguns volumes sobre a importância da infância na criação literária para adultos, sobre a importância da literatura infanto-juvenil na formação da criança e sobre a educação do sentimento poético como mais-valia pedagógica.
Nasceu em Lisboa, em 1921. Licenciou-se em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Foi professora do Ensino Técnico Profissional, em Lisboa e noutras cidades do País, assim como professora do primeiro Curso de Literatura para a Infância, que teve lugar na Escola do Magistério Primário de Lisboa.
Exerceu a sua actividade profissional, como professora, na cidade do Porto.
Autora de livros de contos e poesia para o mundo adulto e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças, a sua obra reflecte uma cidadania activa, empenhada na defesa dos direitos das crianças, cuja temática centra-se em torno de três grandes eixos de orientação: a infância dourada, a infância agredida e a infância como projecto.
Recebeu os seguintes prémios no domínio de Literatura para a Infância: Grande Prémio de Literatura para Criança da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1980; Prémio, atribuído pela primeira vez, para o melhor livro estrangeiro (novela O Palhaço Verde), pela associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo, Brasil, em 1991; Prémio para o melhor livro para a infância publicado no biénio 1994-1995, pelo livro de poemas As Fadas Verdes, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 1996.
Sobre a sua obra, o escritor e crítico literário José António Gomes escreveu: «O Livro da Tila»« — um dos seus livros mais emblemáticos — «» desvela o universo de uma infància, em parte eufórica, feito de pequenos deslumbramentos perante o mundo e a natureza, expresso ora por um sujeito da enunciação infantil/juvenil, ora por uma voz adulta que observa o real e as relações que a criança com ele estabelece. Este universo está presente na restante obra poética de Matilde, atingindo um encanto muito especial em A Guitarra da Boneca. Este livro revela uma sensibilidade particular relativamente ao mundo infantil, visível no modo como se apoia em múltiplas referências ao brinquedo e ao jogo simbólico, às histórias tradicionais e às canções infantis, a lengalengas e outras rimas popularizadas entre as crianças, e a um fascinante mundo de animais humanizados.
Atento a este imaginário e ao seu potencial poético, às facetas ignoradas mas comoventes da condição animal, ao pulsar da vida nos mais obscuros recantos naturais, o sujeito poético constrói um universo onírico e sedutor.
Este parece, por vezes, transportar-nos às origens da vida, reconduzindo-nos à percepção da nossa condição biológica e humana, num mundo feito à medida dos seres que o habitam, como acontece no poema A Sombra e em vários momentos de As Fadas Verdes.
Este olhar descobridor, que pesquisa ‘debaixo das sombras, simultaneamente virgem, como o da criança, e sábio como o de um adulto experimentado e sensível, é o olhar capaz de dar vida às coisas mais banais.
Revela o mistério das coisas e das criaturas, desdobrando-se num conhecimento inteligente sobre a vida, cujo único segredo é uma atenção apurada ao que os ritmos da desumanização tendem a fazer esquecer».
O País assinala com mágoa a perda da escritora, da cidadã empenhada, a quem a Pátria portuguesa e as crianças em particular muito devem.
A Assembleia da República, reunida em Plenário, em 8 de Julho de 2010, manifesta o seu pesar e expressa a todos os familiares e amigos de Matilde Rosa Araújo as suas condolências.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação deste voto de pesar.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Passamos à apreciação do voto n.º 59/XI (1.ª) — De pesar pelo falecimento de Jorge Fagundes (BE e PS).
Tem a palavra o Sr. Secretário para proceder à respectiva leitura.

O Sr. Secretário (Pedro Filipe Soares): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é o seguinte:

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