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28 | I Série - Número: 020 | 3 de Novembro de 2010

Vozes do CDS-PP: — Tenha vergonha!

O Sr. Primeiro-Ministro: — E quanto à «vergonha», digo-lhe, Sr. Deputado, vergonha foi o Sr. Deputado, numa altura de crise, ter decidido comprar dois submarinos, hipotecando as gerações futuras, porque, neste caso, sim, somos nós que estamos a pagar os submarinos que o senhor decidiu comprar!

Aplausos do PS.

Protestos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, estou certo de que todos estamos convencidos de que hoje o Parlamento está a viver um momento tristíssimo! Já não era bastante o discurso fúnebre do Sr. Primeiro-Ministro, em que, aliás, na pág. 3, garante que o acordo com o PSD foi feito por «parceiros de boa fé», para vermos imediatamente os «parceiros de boa fé» a insultarem-se num nível raramente visto neste Parlamento!

Aplausos do BE.

Quero, por isso, dizer ao PS e ao PSD que o Bloco de Esquerda não aceita que nos venham dizer que o País está «de calças» ou «de chapéu na mão» e que o mau gosto não vai vigorar neste debate político! Conhecemos um País que não aceita vergar-se perante a especulação, que não aceita a continuidade do desemprego, que não aceita a inevitabilidade da recessão, um País que tem orgulho de si e que, por isso, quer soluções.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Desta foto escondida à socapa, telecomandada de Belém, que veio registar o acordo, que, dito de «boa fé», conduz imediatamente a um maremoto de insultos, percebemos bem o que se pode esperar.
Chegou-se mesmo a pedir-nos que tenhamos confiança neste acordo» Pois sabemos o que ele tem: o acordo entre o PS e o PSD não foi feito para proteger as pessoas das dificuldades! Foi feito para que, ontem, já fosse retirado o abono de família a 383 mil famílias!

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — O acordo entre o PS e o PSD não foi feito para proteger os salários! Foi feito para reduzir os salários — «desforra da direita»»! O acordo entre o PS e o PSD não foi feito para criar emprego! Foi feito para consolidar a recessão — «radicalismo ideológico da direita», «ataque essencial ao Estado social»»! A destruição da economia é a solução deste acordo entre o PS e o PSD! E, apesar disso, Sr. Primeiro-Ministro, o País sabe como este Orçamento — que o senhor diz ser tão corajoso» — espatifa dinheiro sem limites: 400 milhões de euros a mais no «buraco» do BPN! 587 200 000 euros, lá apareciam numa linha, dedicados ao consórcio da Mota-Engil, a ASCENDI»! Mas, como a língua portuguesa é muito traiçoeira, lá veio depois o Governo dizer que «não é só para a Mota-Engil, é também para as outras empresas dessas duas concessões«» Mil milhões de euros em concessões rodoviárias ou na entrega dos hospitais públicos à gestão privada durante 30 anos — destruição do essencial do Estado social! Dizia um juiz jubilado do Tribunal de Contas que isto é prova de «incompetência, de desleixo e de facilitismo». E facilitismo, Sr. Primeiro-Ministro, é o pior de tudo, é o que mais ataca a confiança, porque é o abuso!

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