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34 | I Série - Número: 020 | 3 de Novembro de 2010

Estamos, pois, em desacordo em relação a isso, Sr. Primeiro-Ministro!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, lamento ter de começar por lhe dizer o seguinte: coragem não é fazer o que é fácil, coragem é fazer o que é difícil.

Vozes do PCP e de Os Verdes: — Exactamente!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, o que é difícil é dizermos ao País que temos todos de fazer um esforço.

Vozes do PCP: — Todos?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso é que é difícil!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Também disse aos Espírito Santo?

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não é apenas pensarmos nos nossos interesses, nos nossos votos, naqueles que confiaram em nós e naqueles que estão à espera que façamos do Estado uma instituição que dá sempre mais e mais.
Neste momento, o que o Estado tem de fazer é adequar as suas despesas àquilo que é possível e não ir mais além disso, e é isso que estamos a fazer. Isso é agir do lado certo para proteger o Estado.
Quando o Sr. Deputado diz que coragem é enfrentar os bancos e ter essas posições que não adiantam nem levam a lado nenhum»

Vozes do PCP: — Ah!»

O Sr. Primeiro-Ministro: — Lamento muito, Sr. Deputado. O Sr. Deputado tem de explicar em que país é que isso foi feito. Em que país é que essa solução resultou, Sr. Deputado? O Sr. Deputado desculpar-me-á, mas não aceito criar regras especiais sobre nenhum sistema financeiro português que nos coloque numa situação de desvantagem em relação aos outros. Isso traduzir-se-ia só em prejuízo para a nossa economia. O que nós fazemos é o que é justo. Em linha com o que está a ser feito na Europa, criamos um imposto adicional para os bancos.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E quanto é que vale?

O Sr. Primeiro-Ministro: — E o Sr. Deputado acha que não deve sequer mencionar isso. O Sr. Deputado acha que as mais-valias que antes reclamavam agora já não interessam nada. O Sr. Deputado entende que o novo escalão de 45% agora já não tem importância alguma.
Lamento muito, Sr. Deputado, mas coragem é fazer o que é difícil, não é fazer o que é fácil, não é tomar medidas que apenas visam aumentar a nossa popularidade e também baseadas em critérios muito discutíveis sobre o que as motiva.

Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.

São medidas difíceis, sim, Sr. Deputado, mas são medidas absolutamente indispensáveis para a credibilidade do nosso país. Medidas difíceis, sim, que são exigentes e que lamento muito. Mas quando, por exemplo, se diz que ninguçm deve ter apoios sociais quando tem mais de 150 000 € no banco, não considero

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