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46 | I Série - Número: 020 | 3 de Novembro de 2010

O Sr. Primeiro-Ministro: — A Sr.ª Deputada pergunta-me se, não acreditando, tem motivos para acreditar.
O que lhe digo é o seguinte: a Sr.ª Deputada lembra-se da projecção do cenário macroeconómico para 2003, quando o seu partido estava no Governo? Lembra-se disso?

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não! Não estava no CDS nessa altura!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Ah, não estava no CDS nessa altura! Então, espero que isso não se volte a repetir.
Nessa altura, o governo previa um crescimento acima de 1%. Sabe qual foi o resultado? Foi uma recessão económica de menos 0,9%. Espero, Sr.ª Deputada, que esses exemplos a levem também a ser um bocadinho mais humilde na forma como apresenta as coisas.

Protestos do CDS-PP.

A Sr. Deputada não estava cá nessa altura, mas estava cá no ano passado e não acreditava num crescimento económico de 0,7%. Afinal, foi superior!

O Sr. Presidente: — Agradeço que conclua, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — A Sr.ª Deputada não acha que podia começar por dizer ao Governo: «Olhe, Sr.
Primeiro-Ministro, quero observar que, no ano passado, tinha dúvidas sobre o crescimento económico, dúvidas essas que se revelaram absolutamente infundadas»? Mas a Sr.ª Deputada põe isso de lado apenas para lançar mais dúvidas. Lamento.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não sabe responder tecnicamente!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Deputada, pela minha parte a única coisa que tenho para lhe dizer é que o cenário macroeconómico previsto no Orçamento é contido e prudente.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Contido?

O Sr. Primeiro-Ministro: — Quanto aos submarinos, acho um pouco — como dizer? — básico o discurso do BE sobre o Orçamento ter apenas esta mensagem: «Tudo isso se resolveria se o Sr. Primeiro-Ministro vendesse os submarinos ou não pagasse os submarinos».

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Não, não!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado desculpará, mas não posso aceitar uma coisa dessas, porque, em primeiro lugar, lamento muito, os compromissos internacionais são para se cumprirem.

Protestos do BE.

Srs. Deputados, por mais barulheira que façam, não pensem que disfarçam a questão! Oiçam-me com o mesmo respeito com que vos oiço! Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, não é por dizermos que não pagamos que isso tem alguma consequência. Lamento muito, mas isso não se faz assim. Há um contrato, Sr. Deputado, e a credibilidade de um governo constrói-se cumprindo os contratos. Não tenho essa ideia, Sr. Deputado, de que é possível, agora, um Estado colocar em causa contratos sem razão para isso.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Mas tem razão! Então, não há razão para isso?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Se houvesse razão para isso o caso seria diferente.

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