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64 | I Série - Número: 020 | 3 de Novembro de 2010

Aplausos do PSD.

Em Fevereiro deste ano, tive oportunidade de dizer, nesta Assembleia, que as últimas eleições tinham sido as eleições mais caras da nossa História. Hoje, temos a certeza de que assim foi, mas sabemos também que, nos últimos anos, foi criado um aparelho estatal paralelo e que este Governo nunca teve uma política económica para além das sessões de propaganda.
O Primeiro-Ministro descobriu agora, neste Orçamento, o que lhe temos dito ao longo dos últimos anos: que não há estratégia de marketing que resolva a crise, que não há compra de publicidade que crie emprego; que não há agenda mediática que diminua o nosso endividamento.

Aplausos do PSD.

Para 2011 tínhamos esperança de que tivesse aprendido uma outra lição: que não há serviços públicos sem desenvolvimento económico; que não há apoio social sem criação de riqueza; e que não há Estado social com um Governo compulsivamente gastador.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José Pedro Aguiar Branco (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Ministros, Sr.as e Srs. Deputados: Volto ao princípio desta intervenção.
Estamos todos à espera de saber de quem é a culpa, desta vez.
Culpar o Partido Social Democrata, apesar de apetecível, parece-me, nestas circunstâncias, honestamente complicado, mas aprendi a não subestimar o talento do Sr. Primeiro-Ministro.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José Pedro Aguiar Branco (PSD): — Já hoje nos falou, uma vez mais, do famoso Estado social. Da bancada do Partido Socialista esperamos que alguém nos explique a extraordinária e corajosa forma como este Governo conseguiu salvar, in extremis e ao fim de 13 anos de governação socialista, a saúde e o ensino em Portugal. Depois, o Sr. Ministro das Finanças explicará, certamente, que foram as medidas propostas pelo PSD, com o contributo dos gregos, que conduziram o País a esta situação; que foram os 500 milhões de euros que o PSD exige que sejam devolvidos às famílias e às empresas, em detrimento de um Estado que gasta de mais, que gasta o que tem e o que não tem.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José Pedro Aguiar Branco (PSD): — Estou até convencido de que seria muito mais confortável e cómodo para o Sr. Primeiro-Ministro que o FMI interviesse — o FMI daria um bom culpado. Como estou também firmemente convencido de que o PSD viabiliza este Orçamento contra a vontade do próprio Governo.
É que seria mais cómodo e confortável virar as costas e culpar os sociais-democratas.

Aplausos do PSD.

Fosse o Orçamento chumbado e o Sr. Primeiro-Ministro encontraria o seu novo culpado: o PSD! Nestes seis anos — seis anos! — , todos aprendemos que a culpa é das agências, do rating, dos mercados e dos gregos. A culpa é de todos para o Sr. Primeiro-Ministro, mas é, sobretudo, sempre dos outros. E reparem que não falo de responsabilidade — e faço-o propositadamente — , falo de culpa.
Quando falhamos, por falta de jeito, por falta de informação ou de formação, então, temos responsabilidade. Quando somos avisados vezes sem conta, quando teimosamente recusamos ouvir o óbvio, quando teimosamente recusamos ver o óbvio, quando mesmo assim persistimos no nosso caminho, nos mesmos erros, então, nesses casos, há muito mais do que responsabilidade — há culpa, e culpa grave!

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