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73 | I Série - Número: 021 | 4 de Novembro de 2010

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Para quem falava de jactància»

Risos do BE.

O Sr. Ministro da Defesa Nacional: — A hesitação, as contradições, os tabus criados pela liderança do PSD já custaram semanas e semanas de incerteza ao País, numa questão politicamente tão decisiva como é a aprovação do Orçamento, e os portugueses pagaram já, por isso, um custo totalmente inútil.

Protestos do PSD.

Não pode, agora, o PSD querer prolongá-la por mais tempo! Tem de decidir-se entre a responsabilidade e a pusilanimidade, entre a coerência e a hipocrisia política — não pode é ficar na condição de uma espécie de «oximoro político», conjunção ilógica de opostos, ao mesmo tempo concordante e discordante, parceiro e adversário, aliado e inimigo, contente e descontente até consigo próprio! Não pode é ficar aquém do limiar da responsabilidade, eternamente indeciso, falando a várias vozes e olhando em contrárias direcções, como Jano da Mitologia.
Não! Os tempos não são tempos de «quase»! Os tempos não são tempos de ficar pela metade! Os tempos são tempos de se ser inteiro! Os tempos não toleram nem a bravata de Marte nem a indecisão de Jano! Os tempos pedem a sabedoria e a coragem de Minerva!

Aplausos do PS.

Risos do BE e do PCP.

O interesse nacional, do nosso ponto de vista, exige a aprovação do Orçamento e exige ainda mais a sua execução bem sucedida! E, portanto, o sentido de responsabilidade e a valorização da estabilidade política, a cultura institucional e de compromisso têm de orientar a acção dos agentes políticos também ao longo do próximo ano.
E o que posso garantir, Sr.as e Srs. Deputados, é a total disponibilidade do Governo para isso: para assumir integralmente a sua responsabilidade, para conduzir a aplicação rigorosa e inflexível deste Orçamento, para procurar e construir os consensos institucionais e políticos necessários à estabilidade e à confiança! Porque é isso que verdadeiramente nos move: a confiança! A confiança no nosso querer e na nossa energia, na nossa determinação, mas, sobretudo, a confiança nos Portugueses.
Fernando Pessoa escreveu»

Vozes do PSD: — Ohhh»!

O Sr. Ministro da Defesa Nacional: — Fernando Pessoa escreveu: «Eu sou do tamanho do que vejo, não do tamanho da minha altura.«»

Protestos de alguns Deputados do PSD.

É este o desafio que se nos coloca a todos nós: estarmos à altura do que podemos ver no futuro à nossa frente! Sim, os tempos são difíceis, estão difíceis os tempos! São difíceis as condições internacionais, os nossos próprios desequilíbrios estruturais, a que se soma a debilidade da cultura política de compromisso em Portugal e a inexistência de um pacto social de médio prazo, mas dizer, apenas, que os tempos são difíceis é dizer pouco ou dizer nada!! A questão é o que fazemos nestes tempos e, frente a eles, há quem proponha: livrem-se do Estado social, e há quem proponha que nada se faça, que nada se corrija, que nada se reforme.

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