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30 | I Série - Número: 021 | 4 de Novembro de 2010

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — É tempo de olhar a realidade para a enfrentarmos com menos sofrimento e com resultados no futuro. Para mal já basta o que basta.
É tempo de coerência nas políticas e de transparência na sua aplicação. Não se podem desperdiçar esforços iludindo-nos com factos irrelevantes ou decisões levianas. A dimensão dos sacrifícios pedidos aos portugueses exige uma escrupulosa execução orçamental com muito rigor, sem subterfúgios nem equívocos.
O País não comporta mais erros.
Tudo será inútil se, na ânsia de falsos louros, ao primeiro sinal positivo se recuar no rumo traçado, o que, como sabemos, tem sido sempre uma grande tentação deste Governo.

Aplausos do PSD.

O maior risco que se corre com este Orçamento é o de ele conseguir reduzir o défice para o valor anunciado e, de seguida, o Governo relaxar em relação a esse objectivo. Seria um desastre cuja consequência seria afundarmo-nos ainda mais.
A política seguida tem de poder construir uma base sólida que sustente o progresso no futuro. Nesta medida, as políticas têm de ter em conta o crescimento económico, sem o que a consolidação orçamental não é sustentável, e têm de fomentar a poupança, sem o que o investimento não gerará a tão necessária criação de emprego.
Por isso, é também fundamental que as iniciativas políticas se revistam da máxima transparência na sua execução, de que é um bom exemplo o destino das linhas de crédito às empresas, porque não pode haver dúvidas quanto ao seu destino que implica o destino dos nossos recursos.
O escrutínio sobre a sua aplicação num momento de enormes sacrifícios tem de ser extremamente exigente, porque só assim se melhora a eficácia da aplicação dos dinheiros dos contribuintes.
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Deputados: O Partido Socialista conduziu-nos a uma dura encruzilhada, mas para a percorrermos temos de a apresentar com realismo. Para isso, é fundamental que não se criem ilusões, porque nada pior do que expectativas frustradas que alimentam a revolta. Este será o único modo de tratar os portugueses com o respeito e a seriedade que lhes são devidos e com a dimensão dos sacrifícios que agora se lhes pedem.
Se não se alterar radicalmente o comportamento dos que têm a responsabilidade de executar estas políticas, então os sacrifícios pedidos aos portugueses não servirão para desanuviar o nosso futuro mas apenas para o comprometer ainda mais.
Para isso é preciso confiança no comportamento dos protagonistas políticos, confiança essa que tem sido desbaratada. É, pois, aqui que se devem concentrar todas as nossas forças. É aqui, e não nos discursos, que se verá quem é que afinal tem coragem.

Aplausos do PSD, de pé.

O Sr. Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, três Srs. Deputados.
Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, quero dar-lhe os parabéns pelo feito que conseguiu: ontem, a sua bancada garantiu que o Orçamento era péssimo, que o Orçamento «mutilava», «asfixiava», «castigava» e «matava»; hoje, a Sr.ª Deputada levantou a bancada garantindo que o Orçamento é inevitável e é o único caminho.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exactamente!

O Sr. Francisco Louçã (BE). — Rápida mudança de opinião. Extraordinária mudança de opinião.

Aplausos do BE e de Deputados do PS.

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