O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

56 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011

estruturação do País e do conjunto das despesas dos programas e das medidas plurianuais. Há que fazer essa distinção.
Desafiei-o a distinguir claramente, a fazer a discriminação e a desagregação das verbas nos programas. E respondeu-me como? Com as contas! Ó Sr. Ministro, concluo também de forma clara: o Governo está, ou parece estar, a menos que dê provas em sentido contrário, interessado em esconder o investimento público tanto quanto puder esconder. Esta é a verdade! Sr. Ministro, esta proposta de lei é muito mais do que apenas uma estruturação, em programas plurianuais, do Orçamento do Estado. Esta proposta de lei verte na lei o conjunto de imposições a que a União Europeia, com o acordo deste Governo, quer obrigar este Parlamento e este País. Estas imposições traduzem-se, na prática — vou falar para o Governo mas também para a Sr.ª Deputada Teresa Venda — , em remeter também para Bruxelas, juntamente com as actualizações anuais (actualizações, Sr.ª Deputada!) do Programa de Estabilidade e Crescimento, os projectos das actualizações anuais (ouviu, Sr.ª Deputada?) do quadro plurianual de programação orçamental.
Estas actualizações anuais da programação orçamental serão, portanto, remetidas para Bruxelas em Abril/Maio de cada ano. Na altura, serão apenas debatidas no Parlamento, não serão votadas. Serão depois observadas, analisadas e, eventualmente, corrigidas em Bruxelas, recebendo ou não o ok do directório francoalemão. É o que está na proposta de lei.
Só depois de corrigidas ou confirmadas por entidades externas ao País serão votadas, juntamente com a lei do Orçamento do Estado seguinte às actualizações. É exactamente isto que está proposto.
Ontem, coloquei a seguinte questão ao Sr. Ministro, que não respondeu porque não pode responder: «Confirma que será assim com as actualizações do quadro plurianual de despesas?». Respondeu nem «sim» nem «sopas», silêncio.
Naturalmente, podemos concluir que o Governo quer impor a este Parlamento a sua versão das suas competências orçamentais plenas. Se assim for, se assim se confirmar, se isso não for alterado em sede de especialidade — e suponho que não será porque, quanto a isto, o bloco central, alargado ao CDS, está de acordo, apesar das «cobras e lagartos» que o CDS disse, em 2004, sobre uma solução exactamente deste tipo, já então proposta pelo PS (agora esquecem-se, mas vão, se calhar, estar de acordo) — , estarão a subverter-se as competências do Parlamento português ao arrepio da Constituição, nomeadamente dos artigos 161.º a 164.º.
Esperemos que, por uma vez, o Presidente/candidato Cavaco Silva não apadrinhe esta solução.
Esta proposta de lei, porém, é bem mais perversa do que apenas o que eu disse — e já era muito se fosse isto apenas! Esta proposta de lei visa aumentar a opacidade em vez de, como anuncia, promover a transparência; visa escamotear a percepção rigorosa, como disse, do investimento público nos diversos sectores da administração central. A menos que demonstrem o contrário, a menos que estejam disponíveis para fazer o contrário na especialidade, é isto que diz.
Visa também governamentalizar o debate orçamental, impondo condicionamentos e imposições à apresentação de propostas de alteração orçamental, por exemplo em matéria de benefícios fiscais, o que, como já aqui foi referido, e bem, faria com que o governo passasse a ser a única entidade em condições de facto de apresentar alterações em certas matérias no debate do Orçamento do Estado, o que parece ser, de novo, e mais uma vez, completamente inconstitucional.
Visa transformar em definitivas as consignações das receitas criadas por lei ordinária.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe que conclua.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Concluo já, Sr. Presidente.
Visa ainda criar uma comissão de peritos, o chamado conselho de finanças públicas, que toda esta Câmara, com excepção do PS, é verdade, em 2004, acusou de ser um factor de condicionamento do debate orçamental e de limitação às balizas do pensamento único e das orientações do Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Estas propostas não parecem, assim, ser uma proposta de lei, parecem antes ser uma proposta de subversão da lei democrática que dá voz a este Parlamento.

Páginas Relacionadas
Página 0039:
39 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, par
Pág.Página 39
Página 0040:
40 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Passa a fixar-se uma regra sobre o saldo
Pág.Página 40
Página 0041:
41 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pach
Pág.Página 41
Página 0042:
42 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Foi, certamente, um bom resultado, que v
Pág.Página 42
Página 0043:
43 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 colocar, há um ponto específico sobre o
Pág.Página 43
Página 0044:
44 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Sr. Deputado, aquilo que é possível faze
Pág.Página 44
Página 0045:
45 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 deixa de ser extraordinária a desilusão
Pág.Página 45
Página 0046:
46 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): —
Pág.Página 46
Página 0047:
47 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Terceiro comentário: interrogo-me sobre
Pág.Página 47
Página 0048:
48 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 O Sr. Ministro de Estado e das Finanças:
Pág.Página 48
Página 0049:
49 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Os governos que mais aumentaram a despes
Pág.Página 49
Página 0050:
50 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Em primei
Pág.Página 50
Página 0051:
51 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 de enquadramento deve enquadrar os princ
Pág.Página 51
Página 0052:
52 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 (já 36!) anos de democracia foi que o se
Pág.Página 52
Página 0053:
53 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Salienta-se, aliás, que o Governo foi da
Pág.Página 53
Página 0054:
54 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 um limite mínimo para o seu valor, compa
Pág.Página 54
Página 0055:
55 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Governo irá a exame na próxima Primavera
Pág.Página 55
Página 0057:
57 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Aplausos do PCP. O Sr. Presidente:
Pág.Página 57
Página 0058:
58 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 A forma burocrática como introduz o cont
Pág.Página 58
Página 0059:
59 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 Constato que o PSD, há uns meses, reclam
Pág.Página 59
Página 0060:
60 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 outras variáveis de natureza macroeconóm
Pág.Página 60
Página 0061:
61 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 especialidade, teremos hipótese de chega
Pág.Página 61
Página 0062:
62 | I Série - Número: 037 | 13 de Janeiro de 2011 As propostas aqui apresentadas querem, d
Pág.Página 62