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43 | I Série - Número: 042 | 22 de Janeiro de 2011

milhões de desalojados. Faz agora um ano que o nosso Parlamento se juntou aos parlamentos do mundo que rapidamente prestaram solidariedade ao Haiti e ao seu povo.
Mas, passado um ano, as notícias internacionais não deixam lugar a dúvidas: a ajuda internacional tem sido um fracasso. Ora, é isto mesmo que justifica a renovação deste voto e da nossa solidariedade.
O que aconteceu no Haiti é o que acontece aos mais pobres dos pobres, aos Estados frágeis: a catástrofe em cima da miséria; a miséria em cima da catástrofe; a vulnerabilidade extraordinária do país; a desordem; o caos; a insegurança; a doença; o drama dos órfãos; as epidemias recorrentes; e uma grande incapacidade das organizações internacionais de lidarem com situações de grande fragilidade dos Estados.
Há dias, no nosso Parlamento, no auditório do Edifício Novo, num exame sobre a política de cooperação, o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação destacava que Portugal tinha desenvolvido alguma especialidade em lidar com Estados frágeis. Que assim seja e que a experiência portuguesa possa ajudar a comunidade internacional a apoiar situações como a do Haiti! Recordo-me também de que, há um ano, foi muito comentado que a União Europeia — estávamos no início do mandato da Sr.ª Ashton, a nova Alta Representante — tinha falhado, não tinha estado na primeira linha da ajuda, como devia.
Portanto, a nossa chamada de atenção é também à União Europeia — à Comissária responsável pela ajuda humanitária e à Sr.ª Ashton —, para que faça do Haiti um ponto de honra. Temos de fazer do Haiti e do sucesso no socorro ao povo do Haiti um caso exemplar de ajuda e de sucesso da ajuda, e não mais um caso exemplar do fracasso internacional.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PCP associa-se ao voto apresentado pelo CDS na Assembleia da República, acompanhando a análise que se faz no próprio voto daquilo que foi o lamentável processo relativamente à ajuda humanitária ao Haiti.
Infelizmente, depois das afirmações e de sentidos discursos de solidariedade proferidos em vários pontos do mundo, seguiu-se o desacompanhamento, a falta de apoio ao povo haitiano, na sequência da catástrofe que atingiu o país no início do ano passado.
Portanto, acompanhamos o voto do CDS nesta exortação à comunidade internacional, às organizações regionais e às agências humanitárias e, em particular, às organizações das Nações Unidas e da União Europeia, para que acompanhem com uma activa solidariedade e apoio as dificuldades do povo haitiano.
Aliás, relembramos aqui que este processo, infelizmente, não começou da melhor maneira. Se nos lembrarmos daquilo que foi a postura dos Estados Unidos da América, que enviaram para o país milhares de soldados, antes de enviarem a ajuda humanitária,»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — » e que, inclusivamente, dificultaram a chegada das agências humanitárias ao país, percebemos que não houve aqui, de facto, uma postura idêntica por parte de todos aqueles que decidiram dar algum auxílio ao povo haitiano, e este é, na verdade, um exemplo de que o processo não começou bem.
Quero terminar, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, com uma referência àqueles que são os bons exemplos, os bons exemplos da solidariedade para com o povo haitiano, uma solidariedade activa no apoio ao povo haitiano. Recentemente, no dia 26 de Dezembro, a Sr.ª Nina Lakhani escreveu num jornal inglês, The Independent, um artigo que tinha como título Médicos cubanos no Haiti envergonham o mundo. E esta jornalista faz, neste artigo, o retrato da preciosa ajuda que os 1200 médicos cubanos estão a prestar no auxílio ao povo haitiano,»

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Pois, se eles foram despedidos em Cuba!

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