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45 | I Série - Número: 049 | 10 de Fevereiro de 2011

existido e continuam a existir e julgo que este bom desempenho das exportações traduz o andamento da internacionalização da economia e este é o caminho.
Sabemos que temos um estrangulamento da procura interna, sabemos que temos os nossos próprios problemas e a que ponto onde tivemos de ir para consolidar as contas públicas. Resta-nos, de facto, esse caminho, e é bom que o PSD, conjuntamente com o Partido Socialista, apoie estas medidas, que são medidas importantes, necessárias para o crescimento da economia, para, através desse crescimento, diminuirmos o desemprego. Esperamos que haja estabilidade política e é esse o nosso desejo.
Em matéria de exportações, todos sabemos, não vale a pena ignorá-lo, que as exportações não só têm vindo a aumentar como temos cada vez mais valor acrescentado, e, espantosamente, alguns dos sectores mais tradicionais da economia portuguesa, como o do calçado e o dos têxteis, depois dos investimentos de modernização, têm ainda um crescimento positivo.

O Sr. Almeida Henriques (PSD): — Veja os dados!

O Sr. Victor Baptista (PS): — Também tenho aqui elementos que não dizem o que o Sr. Deputado refere e poderia apresentar os elementos.
Em termos genéricos, o que constatamos é um bom andamento das exportações, com um valor para além de todas as projecções. No final de 2009 ou no início de 2010, ninguém teve essa previsão, ao ponto de o próprio Banco de Portugal — convém, nestas alturas, não esquecer — admitir um decréscimo de 1%. Veja a diferença! Temos de nos habituar a registar aquilo que é positivo e estes são elementos positivos que vale a pena e é necessário referenciar nestes momentos, até como estímulo aos empresários, como estímulo aos portugueses que trabalham para que isto aconteça.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Victor Baptista, ouvimo-lo hoje, como temos ouvido nos últimos meses o Governo, fazer das exportações uma tábua de salvação para a economia, quando é o próprio Governo que afunda a economia do País. E esta — vou demonstrar-lhe! — não é a panaceia para todos os males da economia.
Em primeiro lugar, porque quer as suas declarações quer as declarações do Governo enfermam de três grandes erros, sendo que o primeiro reside na análise que fazem das exportações, esquecendo-se de um factor fundamental que é o seguinte: o incremento das exportações que tivemos deveu-se, em muito, à conjuntura internacional e, particularmente, ao sector energético, onde Portugal exporta parte da sua refinação depois de ter importado o petróleo em bruto.
Mas se isto está errado por esta perspectiva, está também errado quando compara com dados de 2009, que foi o pior ano para as exportações portuguesas desde 2001. É o efeito de base, que nem o Governo nem o Partido Socialista levam em conta.
Em segundo lugar, devemos dizer que as exportações não significam para o País essa tábua de salvação pelo seu peso no PIB, representando apenas 30%, e porque a recessão está iminente mesmo com um bom resultado das exportações. Está iminente pelas escolhas do Governo, do PS e do PSD, com os sucessivos PEC, com o Orçamento do Estado para 2011.
Em último lugar, esta análise está desgarrada da realidade porque nem existe uma incorporação de tecnologia tão grande como o Sr. Deputado disse — devo lembrar que, em 2010, a balança tecnológica ficará novamente negativa, e isto é importante para analisarmos o conteúdo das exportações — nem sequer vemos esta boa acção, este bom resultado das exportações na criação de emprego.
Dou-lhe o exemplo da maior empresa exportadora a nível nacional. Sr. Deputado, sabe dizer-me qual é esta empresa, que tem quatro trabalhadores, três vezes o orçamento do Ministério da Agricultura, exporta mais do que a Autoeuropa e tem um volume de vendas superior a 3000 milhões de euros? Chama-se Wainfleet, está sediada no offshore da Madeira e — admire-se! — não paga um cêntimo de imposto.

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