O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

23 | I Série - Número: 050 | 11 de Fevereiro de 2011

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Que Portugal não tem hoje um rumo de médio e longo prazos. A sua preocupação hoje é ser Primeiro-Ministro amanhã, e amanhã é ainda ser Primeiro-Ministro no próximo sábado!! Portugal, com o nível exorbitante da dívida a que o Sr. Primeiro-Ministro trouxe o País, perdeu boa parte da soberania, que passou dos seus eleitores para os credores, e andamos com o «credo na boca» de 15 em 15 dias, não — como os senhores dizem — a colocar dívida no mercado, mas a pedir dinheiro emprestado para sobreviver!!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Exactamente!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E a pagar juros que são absolutamente proibitivos para os contribuintes de hoje e para as gerações de amanhã!! Nesta matéria, estamos a viver momentos de verdadeiro surrealismo político!» Já achei extraordinário que o Sr. Primeiro-Ministro faça uma festa porque se cobraram mais 350 milhões de euros em impostos e não tenha sequer a humildade de perceber que o Governo cobrou aquilo que quem trabalha pagou a mais, porque os senhores e a maioria orçamental aumentaram os impostos»

Aplausos do CDS-PP.

Protestos do PS.

Aumentar os impostos, Sr. Primeiro-Ministro, não é uma vitória do Governo, é um castigo sobre os contribuintes!! Mas há pior e é sobre isso que quero questioná-lo: o senhor acha normal o seu Governo fazer uma festa, fazer uma celebração, dizer que é um sucesso os credores emprestarem dinheiro a Portugal a 6,45% de taxa de juro?!! O senhor tem a noção de que no Orçamento do Estado já estão 6300 milhões de euros do contribuinte só para pagar juros — não é o capital, são juros — ao estrangeiro, que é onde a dívida está?! O senhor tem a noção de que isso representa dois terços do IRS? De que as pessoas andam a trabalhar, não para o seu bem, não para a sua família, não para o seu País, mas para pagar juros da dívida do Estado ao estrangeiro e a promover o crescimento noutros países?! Sr. Primeiro-Ministro, se a dívida pública portuguesa tem taxas de 6,45 a médio prazo, o senhor tem a noção do que isso significa do ponto de vista dos empréstimos da Banca às pequenas e médias empresas?! O senhor tem a noção de que o crédito é cada vez mais reduzido e cada vez mais caro e que isso significa que as pequenas e as médias empresas estão a pagar taxas de juro nos seus empréstimos bancários, quando os conseguem, de 7, 8, 9 e 10%?! E que, quando não há crédito, não há investimento e que, quando não há investimento, não há emprego, Sr. Primeiro-Ministro?! Isto é razão para celebrar?! É razão para fazer uma festa?! Ó Sr. Primeiro-Ministro, ponha os «pés na realidade» e não continue a fantasiar!!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, ouvir o Sr. Deputado falar de tricas e, depois, ouvi-lo fazer uma intervenção baseada em tricas, isso, Sr. Deputado, é negar-se a si próprio.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Tricas?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — É que o Sr. Deputado é o Deputado das tricas. Então o Sr. Deputado acusame de eu querer continuar a ser Primeiro-Ministro, hoje, amanhã e depois?! Sr. Deputado, toda a gente sabe