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30 | I Série - Número: 054 | 19 de Fevereiro de 2011

Foi um grande fotógrafo e um grande homem da fotografia. Lembro-me da ajuda inestimável que ele deu ao Miguel Esteves Cardoso e a mim próprio na fundação de O Independente.
A fotografia é uma ficção, é um instante da realidade e é um auto-retrato, dizia Gérard Castello-Lopes, mas não precisamente para ser citado.
Era um homem humilde e grande, um verdadeiro senhor.
Não há muitos portugueses assim.

Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 101/XI (2.ª) — De pesar pelo falecimento do fotógrafo e distribuidor de cinema Gérard Castello-Lopes (PS, PSD, CDS-PP, BE, PCP e Os Verdes).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

É o seguinte:

Nascido em 1925 na cidade francesa de Vichy, licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, Gérard Castello-Lopes teve como principal actividade profissional a distribuição de cinema na empresa da família, a Filmes Castello Lopes. Mas a sua ligação ao cinema não se ficou pela distribuição, tendo integrado a geração do Cinema Novo, colaborado, enquanto assistente de realização, com Artur Ramos e Fernando Lopes, e ajudado a fundar, no final dos anos 60, o Centro Português de Cinema.
Seguro é dizer-se que Gérard Castello-Lopes ficará para a história da cultura portuguesa do século XX devido a outro talento: o talento de olhar e captar o próximo através da objectiva de fotógrafo. Apesar de ter cultivado a fotografia desde meados da década de 50, foi só em 1982, com a sua primeira exposição retrospectiva, que a obra de Gérard foi (re)descoberta pelo público. Discípulo assumido de Henri CartierBresson, o que lhe valeu a alcunha de «Cartier-Bresson português», mas também de Ansel Adams ou Eugene Smith, a sua obra fotográfica contempla dois momentos essenciais do Portugal moderno e contemporâneo: a Lisboa cabisbaixa dos anos 50 e 60, sob o espartilho do Estado Novo, e o Portugal luminoso dos anos 80, após a Revolução dos Cravos.
Castello-Lopes, nunca é demais dizê-lo, começou por fotografar Portugal numa época em que as imagens eram objecto de desconfiança: fixá-las comportava riscos, e a liberdade de criar nem sempre coincidia com a liberdade de olhar.
Gérard captou o espírito do tempo com aquele impulso natural aos grandes fotógrafos: resgatar o outro ao esquecimento e ao anonimato, suspendê-lo no fluxo imparável do tempo.
O valor artístico e testemunhal da sua obra é inestimável, e cumpre-nos também, nesta hora, fazer votos para que o património que nos lega possa continuar a ser desfrutado pelas gerações do presente e do futuro.
A Assembleia da República, reunida em Plenário a 18 de Fevereiro de 2011, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Gérard Castello-Lopes e expressa a todos os familiares e amigos do grande fotógrafo as suas condolências.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, passamos ao voto n.º 102/XI (2.ª) — De pesar pelo falecimento do ex-Deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República Alberto Oliveira e Silva (PS).
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rosalina Martins.

A Sr.ª Rosalina Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Falar de Oliveira e Silva é recordar o ilustre militante e fundador do Partido Socialista; é falar do grande lutador contra as políticas do Estado Novo, nos tempos muito difíceis da privação da liberdade, em Portugal.
Falar de Oliveira e Silva é recordar o jovem estudante de Coimbra, membro do MUD, defensor dos ideais de democracia e liberdade que o levaram às prisões da PIDE.
Falar de Oliveira e Silva é, aqui e agora, também, recordar o ilustre Deputado Constituinte, o Deputado sempre interveniente nas I, II, IV, V e VI Legislaturas.

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