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31 | I Série - Número: 054 | 19 de Fevereiro de 2011

Mas este ilustre e considerado advogado na sua terra natal, Viana do Castelo, apesar da sua dimensão política nacional, nunca menorizou o trabalho empenhado pelo progresso da sua região. Daí que nunca tenha recusado qualquer oportunidade de intervenção mais próxima na política local. Esteve no governo civil, de 1976 a 1978, de 1978 a 1980, e de 1995 a 2002, e longos anos na Assembleia Municipal de Viana do Castelo, da qual chegou a ser presidente.
Recordar Oliveira e Silva, aqui e agora, é recordar o cidadão, o homem de carácter e de grande espírito de missão cívica. A defesa intransigente das causas em que acreditava mereceram-lhe o respeito e a admiração dos adversários.
Porque os valores da verdade, da seriedade, da justiça e da solidariedade sempre nortearam a sua acção, Mário Soares, num artigo publicado na imprensa, na passada terça-feira, evidenciou a riqueza e a singularidade do seu percurso. Diz Mário Soares: «Oliveira e Silva foi um homem de generosas convicções e de grande coerência, desde a sua prisão, quando muito jovem, nos tempos da ditadura. Depois da Revolução dos Cravos, esteve sempre presente na cena política regional e nacional, coerente com os seus ideais de liberdade e de democracia pluralista, participativa e social pela qual sempre lutou».
Nesta hora de saudade, evocamos a memória do cidadão empenhado, do homem político, do ser humano inquieto, mas, sobretudo, do homem simples, que se emocionava, como me confessou muitas vezes, ao contemplar aquele mar único de Viana até ao limite do poente.
Neste momento de saudade, apresentamos sinceras condolências a toda a família, aqui representada pela sua neta e pelo seu genro.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É com saudade que recordo Alberto Oliveira e Silva, um homem profundamente humanista, um homem de causas. Desde logo, a causa pública, não só a causa política mas também a causa social — como Provedor da Santa Casa da Misericórdia, durante longos anos, mas também como cidadão empenhado na sua terra.
Por isso, Viana do Castelo perde seguramente um dos seus melhores cidadãos. Mas perde também o País, ao perder um homem que foi político e advogado, mas, sobretudo, um homem empenhado na defesa daquilo que considerava justo, desde o seu tempo de juventude até ao momento em que nos deixou.
Recordo com saudade o debate mensal que com ele fiz, durante anos, numa rádio local, em que, apesar das nossas divergências políticas, tínhamos sobretudo um interesse em comum: o bem-estar das nossas populações, o debate de ideias e a defesa da liberdade. Essa era uma marca do Dr. Oliveira e Silva.
Foi um homem de Letras, desde logo, no Centro de Estudos Regionais, de que era sócio de mérito; apoiou a criação do Centro Cultural do Alto Minho e a Academia de Música de Viana do Castelo; foi com ele que foi negociada a instalação, no antigo Batalhão de Caçadores 9, da primeira companhia de teatro de Viana do Castelo, o Tear, e foi através do seu empenho que o Arquivo Distrital foi colocado no Palácio da Vedoria, através de uma cedência do Ministério das Finanças.
O Dr. Oliveira e Silva deixou-nos. À família o nosso profundo voto de pesar, mas também a merecida homenagem e reconhecimento àquele que foi um homem bom, durante uma longa vida, uma vida preenchida, sobretudo, em termos políticos e sociais.
Bem hajam.

Aplausos do CDS-PP, do PS e do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente: Oliveira e Silva foi, inquestionavelmente, a par de muitos outros companheiros e camaradas, uma referência de luta contra o regime fascista e a ditadura salazarista.

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