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58 | I Série - Número: 063 | 12 de Março de 2011

Portanto, quando construímos políticas sociais e económicas e fazemos opções, também temos de pensar nos resultados. Não podemos vir aqui fazer discursos e depois, através de outros «tentáculos», ferir os próprios discursos que fazemos.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — É importante que se façam constantemente estas ligações.
Hoje, por via das políticas que são prosseguidas, há muito mais mulheres que passam o seu dia a fazer «ginástica» em casa para esticar orçamentos familiares, que já esticaram tudo, porque perderam o abono de família e outros apoios sociais à sua família.
Esta situação, que toca muitas pessoas, tem de nos fazer pensar para fazermos mais. Tem de mexer e mudar políticas! Quando falamos da questão da violência doméstica, é também importantíssimo falar da ainda não introdução generalizada da educação sexual nas escolas e dos frutos que daí já poderiam ter sido recolhidos para minimizar esse fenómeno. No entanto, a questão das condições sociais também tem influência, visto que há mulheres que se sujeitam à continuidade da violência doméstica porque estão dependentes economicamente do seu parceiro. Esta situação é impensável! Em conclusão, tudo isto tem ligação e, quando amanhã ou noutro dia aqui discutirmos políticas económicas, também estamos a discutir a situação das mulheres em Portugal.

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 104/XI (2.ª) — De saudação pelo Dia Internacional da Mulher (PS).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

É o seguinte:

Elas são mais de metade da Humanidade, mas a sua voz ainda não suplanta o ruído que a nossa civilização criou.
Elas saíram à rua, pelo trabalho e pela dignidade, exigiram o voto, lutaram por educação, gritaram por liberdade.
Elas estiveram na praça de Maio, na praça Tahir, nas ruas de Tripoli, na revolução de Jasmim e em todas as outras» Mas a história escondeu-lhes os rostos, esqueceu os seus nomes.
A elas, que lutam há séculos e que não desperdiçam vitórias.
E, no entanto, a caminhada ç longa» olhamos em frente, a distància encurta, mas ainda não vemos o final da estrada.
Num mundo dito globalizado, a indiferença tem de ser erradicada.
A indiferença por aquelas que não votam, que não vão à escola, que vivem com menos de um dólar por dia.
A indiferença pelas mulheres violadas, pelas mulheres usadas como armas em conflitos e genocídios, pelas mulheres sujeitas a todas as formas de violência.
A indiferença pelas mulheres traficadas, pelas mulheres condenadas à lapidação, pelas mulheres assassinadas pelos companheiros em cenários de horror.
A indiferença pelas meninas que, todos os dias, sofrem a indignidade da mutilação genital feminina.
E, não obstante, perguntam-nos, invariavelmente, ano após ano, porque teimamos em assinalar este dia» Fazemo-lo contra a indiferença, fazemo-lo pela sua dor, pela visibilidade da sua luta. E porque resistem» Resistem à pobreza, ao cansaço, à desvalorização social do seu trabalho, à sua não inclusão nos processos de decisão» Por isso, o dia 8 de Março é também um dia de homenagem e um dia de saudação.

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