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56 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011

O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Vou procurar responder de uma forma integrada às questões colocadas. Aliás, elas são muito similares, como é compreensível, na sua essência e na sua natureza.
Srs. Deputados, querer fazer passar a imagem de que existe uma crise gravíssima em Portugal — e ela é grave! — por responsabilidade do Governo da República Portuguesa é apenas um exercício que, se não fosse patético, seria, no mínimo, ridículo. Só quem não acompanha o que se passa no mundo, só quem não vê o que está a acontecer na Europa é que pode vir a esta Assembleia afirmar, de forma despudorada, que todos os males do mundo, não apenas os juros da dívida portuguesa — e aí também o PSD apoia essa visão — mas, provavelmente, também os juros da Irlanda, da Grécia, da Espanha, da Bélgica, de todos os países europeus, são da responsabilidade do Governo da República Portuguesa.
Não, Srs. Deputados, não é verdade! Há uma crise na Europa, há uma crise de financiamento das dívidas de vários países europeus e há um problema na economia portuguesa, que tem a ver com o excesso do nosso endividamento e com o crescimento excessivo do défice, explicado, como os números provam à evidência, pela crise económica e financeira de 2008 e 2009.
Mas o que é certo é que podemos, queremos e fazemos os possíveis para que, na Europa e no mundo, as regras sejam mais justas e não é justo, na minha opinião, que muitos dos que foram responsáveis pela crise financeira de 2008 e pela crise económica de 2009 sejam agora aqueles que estão a beneficiar da crise da dívida soberana. Não é justo! Lutaremos contra isso! Mas temos outra ambição: queremos fazer parte da União Europeia, nós queremos fazer parte da Europa»

O Sr. Honório Novo (PCP): — Da Sr.ª Merkel!

O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: — » e acreditamos numa economia de mercado regulada. Os senhores não acreditam, os senhores têm outro caminho» Aliás, todas as propostas que fazem — e fazem-nas, é justo dizê-lo — são propostas que nos empurrariam, inevitavelmente, para»

O Sr. Honório Novo (PCP): — Pior do que o que estamos?!»

O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: — » quebrarmos o laço que criámos com a Europa, para abdicarmos de todas as opções que Portugal fez do ponto de vista de pertencer a uma das zonas mais desenvolvidas do mundo.
As propostas que os senhores fazem são propostas de isolamento e de empobrecimento inevitável do País, como, aliás, aconteceu em muitas outras zonas do mundo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — É preciso ter descaramento!

O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: — Sr.as e Srs. Deputados: Há uma coisa que ç preciso descaramento para dizer:»

O Sr. Honório Novo (PCP): — É, ç!»

O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: — » ç que eu estou — eu ou quem, do lado do Governo ou de qualquer lado onde se sentam pessoas de bom senso — , quando identifico os riscos de uma intervenção do FMI, como tem acontecido noutros países, a erguer um «papão».
Srs. Deputados, é um «papão» o que se está a viver na Irlanda? É um «papão» o que se está a viver na Grécia?»

A Sr. ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas a situação é igual?

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