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65 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Com carimbo oficial dessa organização, como indisfarçadamente defende o PSD, ou escondida atrás de um apoio europeu sem o emblema da «coisa» mas com a sua receita como dogma, como foi tentando sem sucesso José Sócrates.
PS e PSD entretiveram o País, nestes últimos dias, numa discussão de alto interesse semântico sobre se a carta do Governo à Comissão Europeia chegou a Bruxelas às 10 e 15 ou às 10 e um quarto. Mas, por trás dessa diferença, aliás de enorme importância, está o seu acordo essencial na política de desastre que é a dos PEC.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — O caminho dos PEC, que nos é anunciado como inevitável, levou — e já aqui foi bem lembrado — a que a Grécia tivesse perdido quase 10% do Produto nos dois últimos anos e a que a Irlanda tenha o maior crescimento do desemprego de toda a União Europeia. Os países intervencionados caiem no abismo e o Governo, até agora com o apoio do PSD, conduz o País, de PEC em PEC, para essa tragédia anunciada.
A verdade, Sr.as e Srs. Deputados, é que cada PEC que sucede ao anterior nos deixa mais perto da receita FMI que José Sócrates diz rejeitar.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Muito bem!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — A prova de que assim é está, aliás, na principal revelação deste Programa de Estabilidade e Crescimento que estamos aqui, hoje, a debater. É que este Programa assume, justiça lhe seja feita, que a recessão está aí. O Orçamento do Estado previa um crescimento de 0,2%, o PEC prevê agora uma retracção de 0,9%. O Governo é, por isso, o primeiro a reconhecer que este PEC vai ter um impacto recessivo de mais de 1% do PIB.
Nem para os responsáveis pelos sucessivos PEC subsistem, portanto, agora quaisquer dúvidas: é que o País está a empobrecer e esse empobrecimento é a política querida por esta sucessão de programas de austeridade selectiva.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Empobrecimento dos mais velhos que trabalharam toda uma vida e a quem agora se corta nas pensões de reforma, mesmo quando elas têm já valores humilhantes.
Empobrecimento dos mais novos, para quem se mantém a chantagem da eternização dos recibos verdes.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Para não correr o risco de ter que voltar a pedir desculpa ao País, Pedro Passos Coelho já anunciou que não se compromete a não aumentar de novo os impostos se formar governo. «E não são só os impostos» — ameaçou! Aí está: o abismo da recessão veio para ficar pela mão do bloco central! Enquanto PS e PSD se revezarem no poder, ou se se vierem a unir-se em grande coligação, como aqui, hoje mesmo, foi advogado pelo Sr. Ministro de Estado e das Finanças, enquanto isso acontecer, não terminará a saga sem fim das chamadas medidas adicionais de austeridade. Com elas será sempre o empobrecimento adicional dos mais pobres que virá, os cortes adicionais das pensões, os cortes adicionais dos apoios sociais, os pagamentos adicionais na saúde ou no ensino e, claro, a disponibilidade adicional dos governos para se oferecerem como garantes da recapitalização dos bancos!

Aplausos do BE.

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