O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

75 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011

Programa de Estabilidade e Crescimento com o objectivo confesso de derrubar o Governo. Isto é, com um sentido equivalente à apresentação de uma moção de censura. E verdadeiramente é isso o que esta Assembleia vai votar.
Mas, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quem escolhe a crise política, escolhe também as suas perigosas consequências. E terá de assumir, por inteiro, a responsabilidade por essas consequências. Por isso, neste momento, o Governo quer deixar registado um facto para memória futura dos portugueses: até esta data, o dia 23 de Março de 2011, dia em que a oposição decide precipitar uma crise política, Portugal foi sempre capaz — com maior ou menor dificuldade, mas foi sempre capaz — de assegurar o financiamento da sua economia e de evitar o recurso a uma ajuda externa.

Aplausos do PS.

Mas, daqui para a frente, um agravamento da situação do País, em resultado da decisão que hoje aqui será votada, será da inteira responsabilidade de quem, no pior dos momentos, decidiu, de livre e espontânea vontade, acrescentar à crise financeira esta evitável e irresponsável crise política!

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, formou-se hoje, nesta Assembleia, uma muito estranha coligação negativa. O que se manifestou hoje neste Parlamento foi uma bizarra aliança oportunista entre o permanente protesto da extremaesquerda parlamentar e a frenética impaciência pelo poder dos partidos da direita. De facto, que estranha aliança! Uma aliança que ficará a marcar não só a história democrática portuguesa, mas também o curriculum dos responsáveis políticos que aceitaram participar neste conluio para precipitar o País numa tremenda aventura.
Mas que tem o País a esperar daqueles que hoje uniram forças de sinal contrário com o objectivo, agora confesso, de derrubar o Governo? Está à vista de todos que esta aliança de forças contraditórias é absolutamente estéril. Não traz consigo, nem é capaz de produzir, nenhuma solução para o País. Juntam-se hoje para destruir, mas jamais se unirão para construir o que quer que seja.

Aplausos do PS.

Porque, afinal, o que é que esta coligação tem para oferecer aos portugueses? O que é que sugere? Que medidas propõe? Que alternativa tem para a governação de Portugal? Esta coligação negativa não traz nada, rigorosamente nada para o País, a não ser a pura demagogia e a total irresponsabilidade, que é sempre o que constitui o denominador comum de todas as coligações negativas.
Uma única coisa une quem hoje pretende dar o «tiro de partida» na luta pelo poder. No lado direito do Parlamento, já nem se disfarça e é só do poder que se ouve falar. Alternativas para o País, nenhumas. Mas, todos os dias os vemos discutir, antes ainda do povo falar, se hão-de ficar com o poder todo ou se o hão-de dividir numa coligação pequena ou numa coligação alargada, umas vezes a dois, outras vezes a três.

Aplausos do PS.

Mas nem isso! Esta coligação negativa não está sequer em condições de garantir ao País uma solução política mais estável no final desta crise.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, fique claro: O Governo não teme o julgamento dos portugueses e menos ainda o julgamento da História.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Parece-lhe, parece-lhe!

O Sr. Ministro da Presidência — É, aliás, com total desprendimento e com toda a serenidade que o Governo se submeterá a um tal julgamento. Se o Governo, embora sozinho, se bateu tanto para evitar esta

Páginas Relacionadas
Página 0078:
78 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011 Passamos à votação do ponto B. Subme
Pág.Página 78