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76 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011

crise política, é apenas porque está sinceramente convencido de que ela terá consequências muito graves e um custo muito elevado — e, porventura, insuportável — para a nossa economia e para os portugueses.
Mas, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, que a turbulência de uma crise política possa atrair a vocação de protesto dos partidos da extrema-esquerda parlamentar pode até compreender-se, sem nenhuma surpresa.
Mas já não pode passar sem uma denúncia clara que a extrema-esquerda parlamentar aceite dar à direita a oportunidade para tentar chegar ao poder, no momento e nas condições que a própria direita escolheu!

Aplausos do PS.

E o caso é mais grave ainda, porque a extrema-esquerda parlamentar dirá o que disser mas não pode ignorar que quando a direita precipita esta crise e vem falar de uma coligação alargada, do que está a falar, realmente, é de uma coligação alargada ao FMI, porque é para aí que esta irresponsável crise política ameaça levar o País!

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

E se os senhores acham que é já o FMI que governa, então desenganem-se porque é caso para dizer que ainda não viram nada! Mas não pode esquecer-se a responsabilidade acrescida do maior partido da oposição. Porque no momento em que recusa dialogar e opta por derrubar o Governo, seria sua estrita obrigação dizer ao que vem e falar claro aos portugueses. Falar claro aos portugueses é dizer, é reconhecer que é absolutamente necessária uma actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento. E é também responder a uma pergunta elementar: quais são, afinal, as medidas concretas, que, em alternativa, o PSD propõe para assegurar a consolidação das contas põblicas »

O Sr. Honório Novo (PCP): — São as mesmas!

O Sr. Ministro da Presidência — » e cumprir as metas orçamentais para 2012 e 2013? Àqueles que hoje vieram aqui falar de decência e de seriedade, aos que se dizem sempre senhores da verdade, é tempo de dizer que é preciso que falem verdade aos portugueses. E é preciso, também, que falem verdade em português.
Um comunicado do PSD em língua inglesa explica esta semana aos mercados financeiros, com suficiente clareza, em nome de que propósitos pretende o PSD esta crise política. Para que não restem dúvidas, cito. Diz o PSD, e tomem nota: «nada nos leva a esperar que o Governo venha a melhorar o seu desempenho no futuro próximo, especialmente quando se tratar de reformas que afectem partes da sua base eleitoral e que estão ligadas, directa ou indirectamente, a emprego financiado pelo Estado» — fim de citação. Sabemos todos o que isto significa.

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — É verdade!

O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, queira concluir.

O Sr. Ministro da Presidência — O que anima a direita é a ideia de uma agenda de reformas, não para garantir o futuro do Estado social, mas uma agenda de reformas liberal contra o emprego, directa ou indirectamente financiado pelo Estado, isto é, contra os serviços públicos, contra a protecção social do Estado e contra a protecção social financiada indirectamente pelo Estado!

Aplausos do PS.

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