I SÉRIE — NÚMERO 3
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Existirão sempre críticos profissionais e críticos pela crítica. Foi o que aconteceu com a própria composição
do Governo como se não fosse direito de auto-organização. Se tinha muitos independentes, é porque tinha
independente a mais; se não tivesse independentes, era porque era demasiado partidário… Vai sempre ser
assim — não nos admiremos, não nos surpreendamos!
Para os profissionais da crítica até os governos civis, de um momento para o outro, passaram a ser, para
alguns, a instituição mais importante do País sem a qual Portugal ficará ingovernável. Mas se o Governo
tivesse nomeado, tendo previamente anunciado a sua extinção, estariam, seguramente, a criticar a existência
de cargos desnecessários. O Governo não nomeou novos governadores civis, fez bem e a decisão merece
todo o nosso apoio.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não há tempo a perder. Desde logo, porque o Governo inicia funções
em circunstâncias sem precedentes na democracia portuguesa.
Começamos este novo ciclo no momento eventualmente mais difícil da nossa vida democrática, em
circunstâncias de verdadeira emergência nacional. Porquê? Porque, durante anos, o País gastou o que tinha e
o que não tinha, e assim chegou ao limite de ter de recorrer à ajuda externa.
Hoje, não há outro caminho que não seja o de honrar os nossos compromissos, reganhando credibilidade,
como aqui foi dito, junto dos mercados internacionais, e cumprindo os objectivos do deficit.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É por isso que a ideia de monitorização e avaliação permanentes da
execução orçamental é uma excelente ideia. Como também será muito relevante o acompanhamento pelo
Parlamento — que, em democracia, é a instituição que tem de o fazer —, da execução, como foi proposto, e
bem, pelos dois grupos parlamentares da maioria do Governo.
O tempo é de execução, não é de palavras.
É por isso relevante que, perante as dificuldades verificadas na execução orçamental do presente ano, o
Governo tenha demonstrado que está atento e que tenha tido a coragem, que assumiu, de reagir de imediato.
Não podemos falhar!
Perante a gravidade, não podemos, no entanto, cair no pessimismo ou no negativismo. O pessimismo, tal
como o optimismo irrealista do passado, não vai resolver coisa nenhuma.
A propósito, lembro-me de uma frase de Winston Churchill. Dizia ele: perante o drama e a tragédia que vivi,
devemos estar confiantes. Qualquer outra atitude não nos ajudará de maneira nenhuma.
Do nosso ponto de vista, neste momento e neste novo ciclo, existem sinais positivos.
Primeiro, a base de que partimos e que inspira o Programa do Governo é a verdade, é a verdade toda, e
não um conjunto de ilusões eleitorais vendidas ao País.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Segundo, o Programa corresponde ao que, na campanha eleitoral, foi
dito e proposto pelos dois partidos que apoiam e que compõem o Governo e é por isso um exercício absoluto
de coerência.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Subsídio de Natal!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Terceiro, neste Programa, não se usa como argumentação tudo o que
acontece lá fora, a desgraça do mundo para justificar o que não se faz cá dentro;…
Aplausos do CDS-PP e do PSD.