I SÉRIE — NÚMERO 15
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Essa é a vossa responsabilidade! Não há aqui «duas caras». Há uma decisão e uma responsabilidade, que
é só esta!!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — O Sr. Deputado Mendes Bota fez chegar à Mesa um pedido de
defesa da honra, anteriormente à intervenção da Sr.ª Deputada Cecília Honório e que se reporta à intervenção
da Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
Sr. Deputado, quer fazer o favor de concretizar melhor a razão do seu pedido de defesa da honra?
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Sr. Presidente, ao abrigo do artigo 84.º do Regimento, gostaria de fazer a
defesa da minha honra, porquanto o meu nome foi explicitamente citado, quer na intervenção da Sr.ª
Deputada Heloísa Apolónia quer, já antes, na intervenção do Sr. Deputado Paulo Sá.
E porque considero que as referências feitas ao meu nome e ao meu posicionamento político em relação à
matéria em discussão não correspondem à verdade, queria usar o direito de defesa da honra e do meu nome.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Quero informar a Câmara de que o Sr. Deputado fez chegar o seu
pedido antes, isto é, imediatamente a seguir à intervenção da Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, mas que, para
não perturbar a continuidade do debate e nos termos regimentais, uma vez que o Sr. Deputado não faz parte
da direcção do seu Grupo Parlamentar, tinha direito a fazer este pedido da defesa da honra no final do debate.
Chegados ao final do debate e não registando a Mesa mais pedidos de esclarecimento, dou-lhe a palavra.
Faça favor, Sr. Deputado Mendes Bota.
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Sou um homem de palavra e não
tenho «duas caras», como disse a Sr.ª Deputada Cecília Honório. E o Sr. Deputado Paulo Sá, quando referiu
as minhas afirmações quando eu era, então, presidente do PSD/Algarve, a propósito da Via do Infante e da
colocação de portagens, deveria ter tido a hombridade, devia ter tido a dignidade, e a verdade também, de
dizer que, hoje, já não sou dirigente do PSD/Algarve, mas também de dizer que não encontra em lado algum
nenhuma intervenção minha, nem escrita nem oral, onde tenha alguma vez contradito tudo aquilo que eu
disse, na altura.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Sou, fui e continuo a ser adversário da colocação de portagens na Via do
Infante! Mas os senhores «penduram-se», agarram-se à questão das portagens da Via do Infante como um
náufrago se agarra a uma bóia de salvação e andam a tentar instrumentalizar os protestos. Por isso, meus
caros Deputados e Deputadas, é que eu não aderi aos protestos dessas manifestações de utentes, porque
elas não representam significativamente as forças vivas do Algarve — não estão lá as associações de
empresários, não estão lá as autarquias que estiveram no ano de 2004, quando foi, essa sim, a grande e a
maior manifestação de sempre no Algarve. Eu nunca contradisse aquilo que disse!
Agora, tenho de dizer aqui também que portagens devem ser pagas por aqueles que não utilizam a «via
aberta» da verdade, que utilizam a Via…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Mendes Bota (PSD): — … como uma portagem para faltarem à verdade e para tirarem apenas
dividendos políticos.
Eu disse em plena campanha eleitoral, à frente do meu líder, que não era a favor das portagens, e os
senhores ignoram também que o meu líder foi ao Algarve dizer que era pela introdução de portagens…
Protestos do PCP.