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3 DE SETEMBRO DE 2011

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menor e porque estamos a falar de um equipamento fundamental à promoção do combate ao isolamento de

uma região. Se encerramos sucessivamente serviços públicos, designadamente o transporte ferroviário, com

grandes repercussões no desenvolvimento populacional e no desenvolvimento económico, estamos a cometer

um brutal disparate, e disparates políticos não devem ser praticados.

Aquilo de que Os Verdes têm ainda mais receio, Sr.as

e Srs. Deputados, é que, concluída a A26, se venha

argumentar com a desnecessidade do transporte ferroviário a Beja, ou seja, substituindo a componente

ferroviária pela rodoviária, outro eventual disparate que não podemos tolerar.

Sr.as

e Srs. Deputados, a urgência de respostas e de intervenção é grande, e creio que nesta Legislatura,

face às posições anteriormente assumidas quer pelo PSD quer pelo CDS, estamos em condições de ver este

projecto de resolução aprovado e de dar, de facto, uma esperança à população de Beja de que estamos a

contribuir para o desenvolvimento da região e do País.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina

Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Queria começar por cumprimentar

os signatários das petições em debate, sobre o «Ramal de Beja e outras Dores de Alma».

Sabemos que em todos os momentos, mais principalmente num momento de recessão económica como

aquele que vivemos, o investimento na ferrovia é essencial para o desenvolvimento económico. Sabemos

também que, infelizmente, a opção dos sucessivos governos — do PS, do PSD e do CDS-PP — tem sido o

desinvestimento na ferrovia. O que está a acontecer com Beja é um exemplo desse desinvestimento, que é

extraordinariamente penalizador para o desenvolvimento económico de Beja, de todo o Alentejo e das suas

populações e é um exemplo do que não pode ser feito, da marcha que está a ser feita para acabar com a

ferrovia.

Até Maio, tínhamos uma ligação directa pelo comboio intercidades entre Lisboa e Beja. Depois, para se

electrificar a linha até Évora, a ligação a Beja parou; agora, retoma muito pior. O que está acontecer é que

temos hoje uma ligação que serve pior as populações e que, por isso, será menos usada. Ora, uma linha que

tinha até mais utentes, segundo a própria CP, do que a ligação entre Lisboa e Évora, corre agora o risco de,

por ter cada vez menos utentes, poderem vir a dizer, a seguir, que afinal não é precisa, que afinal não é

sustentável.

Portanto, o problema que estamos aqui hoje a debater é o seguinte: ou modernizamos a linha ou estamos

a aceitar que a linha vá acabar. Não é verdade que tudo possa ficar na mesma, porque tudo ficar na mesma é

ficar tudo cada vez pior.

O Bloco de Esquerda acompanha os peticionários nas suas razões e apresentou um projecto de resolução

que recomenda que seja restaurada a ligação directa entre Beja e Lisboa por comboio intercidades. Mas,

porque sabemos que, se não houver o investimento para que a linha seja realmente um instrumento útil ao

desenvolvimento económico e às populações, ela pode acabar, queremos que seja feita electrificação do troço

da linha férrea entre Casa Branca e a estação de Ourique (entre Ourique e a Funcheira já está feita) e

queremos que haja a continuidade da ligação ferroviária entre o Alentejo e o Algarve, através do ramal da

Funcheira, não só para passageiros — nas ligações entre as várias capitais de distrito e nas ligações entre os

vários municípios, nos movimentos pendulares — mas também para mercadorias, pois estamos a falar dos

ramais que permitem a ligação às minas de Aljustrel, à Somincor e ao porto de Sines e, depois, a sua ligação

a Espanha, de modo que também por via das mercadorias a ferrovia seja um instrumento de desenvolvimento

de Beja e do Alentejo e não, como está a ser agora, um instrumento que agrava a recessão económica pelo

desinvestimento que está a ser feito.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.

O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Antes de começar a minha intervenção,

queria saudar os mais de 18 600 peticionários e os seus representantes, aqui presentes, bem como o

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