O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8 DE SETEMBRO DE 2011

65

Mas nada poderia modificar a natureza profundamente injusta, discriminatória, gravemente atentatória do

poder de compra e da qualidade de vida de quem trabalha, que caracteriza mais esta proposta de aumentos

de impostos indirectos que penalizam sobretudo trabalhadores e as famílias dos que menos têm e menos

podem em Portugal.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de

Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Secretária de Estado, Sr. Secretário de

Estado: Disse o Sr. Secretário de Estado, na intervenção inicial, que este era um passo difícil, mas seguro.

Exactamente! É um passo difícil, porque tem uma consequência e uma implicação do ponto de vista social e

ninguém vai tentar iludir essa realidade. É um passo seguro, porque sendo necessário e sendo objecto de um

acordo com instituições internacionais que viabilizaram o financiamento do nosso Estado e da nossa

sociedade, fazemo-lo da forma mais adequada.

Vamos às várias questões colocadas: visto familiar, a questão da despesa e a questão da competitividade.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Agora é o «visto familiar»…! «Visto familiar»…!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — A questão do visto familiar vê-se na sensibilidade na

aplicação de uma medida em saber ou não saber fazer discriminação positiva.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Neste caso, são as «tias»!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não passa no visto familiar uma medida que seja

exactamente igual para uma família com dificuldades e para uma família sem essas dificuldades e com poder

de compra. É nisso que se distingue o visto familiar!

Distingue-se numa sobretaxa extraordinária que desconta por cada filho um valor específico. Decide-se

num aumento de transportes que discrimina as famílias com mais dificuldades e que faz com que numa altura

em que o preço-base aumenta, o preço para as famílias com mais dificuldades diminua. Vê-se numa tarifa de

electricidade e do gás, que aumentando para uns, pode reduzir também para outros. É aqui que se vê o visto

familiar e vê-se muito bem!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Aumentando tudo para quase todos!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Quanto à questão da despesa, Srs. Deputados, no primeiro

orçamento do Estado que este Governo vai apresentar, já consta do documento estratégico orçamental o corte

na despesa do próximo ano, de cerca de 3% do PIB, parte de metade desse corte consiste em consumos

intermédios e obras públicas, isto é, exactamente naquilo que na oposição dissemos que tinha de se cortar,

sendo um corte muito profundo. Ou seja: a coerência é também aí evidente!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Relativamente à competitividade — e dirijo-me principalmente

aos Srs. Deputados do PCP, do BE e de Os Verdes —, o problema do preço da electricidade e do gás não é o

problema do IVA nem dos impostos, como já aqui foi dito, pois é dedutível e neutro para as empresas. O

problema da competitividade consiste nos custos políticos que dispararam durante o governo do PS para

pagar um défice tarifário e uma política de energias renováveis, totalmente desfasados da realidade de um

País como o nosso.

Quisemos ter uma remuneração das energias renováveis como têm os países nórdicos, não tendo uma

economia com a capacidade de suportar esse tipo de política.