O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 20

24

O Sr. Ministro da Administração Interna: — Por outro lado, em relação aos funcionários, e no quadro da

legislação em vigor no nosso País, o Governo quer colocar a parte significativa dos 316 funcionários que

integram o quadro de pessoal dos governos civis, sobretudo, com o pessoal não policial das forças de

segurança, não descurando, obviamente, a vontade dos que pretendam ser destacados, nos termos da lei,

para outros serviços. De resto, estamos já a preparar tudo aquilo que é necessário para, de uma forma eficaz

e eficiente, procedermos neste sentido.

Quero, aliás, dizer que esta medida é consequente com o que temos defendido, no sentido de reforçar as

forças de segurança com pessoal não policial, libertando, em consequência e co-respectivamente, elementos

das forças policiais para aquilo que interessa assegurar: a segurança dos cidadãos e das comunidades.

Com esta reforma, Srs. Deputados, os 106 lugares que dependiam directamente do gabinete do

governador civil — chamemos-lhes lugares políticos — extinguem-se sem quaisquer outras consequências.

Tudo isto para racionalizar recursos financeiros no País, no momento em que este se confronta com graves

problemas que determinaram o recurso à intervenção externa.

Para lá da poupança directa de mais de 2,8 milhões de euros, com a extinção dos cargos de governadores

civis e dos respectivos gabinetes de apoio, há uma poupança indirecta com a anulação de rendas que o

Estado pagava anualmente, o que equivale, no seu conjunto, a uma poupança para o Estado no valor de 3,5

milhões de euros. De resto, esta poupança tem mais significado se pensarmos que a atribuição destes imóveis

do governo civil, sobretudo para domiciliar comandos distritais das forças de segurança — GNR, PSP,

estruturas da Protecção Civil e do SEF —, poupando também aí algumas rendas, vai possibilitar que o Estado

não tenha que gastar, nos próximos anos, em investimento que era necessário em instalações para essas

forças de segurança, um montante que estimamos em cerca de 40 milhões de euros nos próximos anos.

Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, sei que, na política e, sobretudo, em Portugal, na maioria das vezes é

mais cómodo não criar ondas, não proceder a alterações, não fazer reformas que o País reclama. Sei que

quem se atreve, em política e em Portugal, a fazer estas alterações fica, evidentemente, sujeito à crítica,

quantas vezes cáustica, mas, na maior parte das vezes, injusta em relação ao que se pretende fazer.

Enquanto responsáveis por este dossier, vimos a este Parlamento, de cabeça levantada, cumprir um

compromisso político do Governo, sujeitando-nos, evidentemente, à apreciação que os Srs. Deputados

queiram fazer, interessados em colaborar, trabalhar afincadamente para que, na especialidade, porventura,

este diploma possa ser melhorado. Mas digo-vos, Srs. Deputados, que esta não foi uma tarefa simples. Basta

dizer que tivemos que mexer em 44 diplomas para, no conjunto deste pacote legislativo, podermos proceder

com minúcia, com cuidado, com ponderação e com bom senso às alterações que hoje submetemos à vossa

apreciação.

Estamos satisfeitos com este trabalho, mas temos consciência de que o debate e o trabalho, na

especialidade, neste Parlamento, pode enriquecer, melhorar um trabalho cuja base reputamos como uma boa

base de trabalho.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Pita Ameixa.

O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, queria, em

primeiro lugar, fazer uma afirmação que gostava que fosse entendida como fortemente crítica contra o

Governo. Fortemente crítica, porque o Governo, na sua Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2011, em

que expressou a intenção de extinguir os governadores civis, baixou muito o nível político e não soube honrar

esta instituição centenária, que existe desde o dia 25 de Abril de 1835, nem soube honrar os que a serviram

durante quase dois séculos.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — O Sr. Ministro tentou agora emendar a mão, mas esse mal está feito e

está escrito. O Governo não honrou o Estado, nem essa instituição.

Páginas Relacionadas
Página 0023:
17 DE SETEMBRO DE 2011 23 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas o dinheirinho para o
Pág.Página 23
Página 0025:
17 DE SETEMBRO DE 2011 25 Em segundo lugar, gostava de mostrar a minha preocupação
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 20 26 Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pág.Página 26
Página 0027:
17 DE SETEMBRO DE 2011 27 O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Isso é que é violar a
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 20 28 O Sr. João Semedo (BE): — … é de admiti
Pág.Página 28
Página 0029:
17 DE SETEMBRO DE 2011 29 A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. M
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 20 30 porventura, que foi justamente para esta inver
Pág.Página 30
Página 0031:
17 DE SETEMBRO DE 2011 31 Vozes do PCP: — Muito bem! O Sr. António Fi
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 20 32 Aplausos do PCP. A Sr.ª Presiden
Pág.Página 32
Página 0033:
17 DE SETEMBRO DE 2011 33 e é possível governar, e governar melhor, sem a figura do
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 20 34 O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Sr.ª Presidente
Pág.Página 34
Página 0035:
17 DE SETEMBRO DE 2011 35 A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Mesa não regista m
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 20 36 Tivemos o Sr. Deputado João Semedo e o Sr. Dep
Pág.Página 36