O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 20

30

porventura, que foi justamente para esta inversão na trajectória perdulária em que o nosso País se encontrava

que os portugueses fizeram uma escolha clara nas últimas eleições.

Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados, a proposta de lei que hoje discutimos

incide, em exclusivo, sobre as matérias de reserva legislativa desta Assembleia e constitui o culminar de um

processo legislativo que o Governo já promoveu, tendente à transferência de competências dos governos

civis.

O Estado está, assim, em condições de prescindir de uma estrutura desajustada e onerosa, assumindo

ganhos de eficiência que permitem, com menos recursos, prestar com iguais ou até melhores resultados o

serviço que incumbe ao Estado assegurar aos seus cidadãos.

Para que fique claro, o Governo está a gizar implementar um programa de rigor para ser também — e

acima de todos — o próprio Estado a dar o exemplo, num tempo de dificuldades para muitas famílias

portuguesas.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, convergimos num

ponto com o Governo, que é o da dispensabilidade dos governadores civis.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — Aliás, temo-lo dito desde há muito. Quanto à dispensabilidade e tendo em

conta a prática de alguns governadores civis, também temos de convergir quanto à indesejabilidade de certos

procedimentos que, infelizmente, muitos governadores civis protagonizaram nos últimos anos.

Temos exemplos claros de clientelismo praticado à sombra dos governos civis, de promoção de clientelas

partidárias, e temos actuações absolutamente extraordinárias, como a do Governador Civil de Braga, que era

presidente de uma concelhia partidária de Vila Nova de Famalicão e usava os meios e o facto de ser

Governador Civil para fazer campanha política enquanto futuro candidato à Câmara Municipal de Famalicão,

que era algo absolutamente extraordinário.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Um «artista»!

O Sr. António Filipe (PCP): — Também nos lembramos que, há uns anos, na região de Lisboa, havia um

governador civil que distribuía cheques pelas colectividades, com fundos do Governo Civil, de braço dado com

um candidato a uma câmara municipal, dando até, às vezes, a honra de ser o candidato a entregar o cheque

do Governo Civil às colectividades.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. António Filipe (PCP): — Lembramo-nos também que o Governo Civil de Lisboa, ainda há bem

pouco tempo, tinha 5 milhões de euros para comprar blindados, no sentido de garantir, supostamente, a

segurança da Cimeira da Nato, blindados esses que, depois, acabaram por não chegar. Mas ficámos a saber

que o Governo Civil de Lisboa podia dispor assim de 5 milhões de euros, o que não é propriamente um

modelo de transparência relativamente aos recursos públicos.

Também vimos, muitas vezes, governadores civis que pensavam que tinham o direito de autorizar ou até

de proibir manifestações.

Assistimos a muitas actuações arbitrárias que, de facto, não foram abonatórias relativamente à

desejabilidade ou à pertinência deste cargo, as quais só eram possíveis porque havia um ministro da

Administração Interna que as sustentava e não demitia governadores civis que tinham actuações

absolutamente arbitrárias.

Páginas Relacionadas
Página 0023:
17 DE SETEMBRO DE 2011 23 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas o dinheirinho para o
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 20 24 O Sr. Ministro da Administração Interna
Pág.Página 24
Página 0025:
17 DE SETEMBRO DE 2011 25 Em segundo lugar, gostava de mostrar a minha preocupação
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 20 26 Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pág.Página 26
Página 0027:
17 DE SETEMBRO DE 2011 27 O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Isso é que é violar a
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 20 28 O Sr. João Semedo (BE): — … é de admiti
Pág.Página 28
Página 0029:
17 DE SETEMBRO DE 2011 29 A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. M
Pág.Página 29
Página 0031:
17 DE SETEMBRO DE 2011 31 Vozes do PCP: — Muito bem! O Sr. António Fi
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 20 32 Aplausos do PCP. A Sr.ª Presiden
Pág.Página 32
Página 0033:
17 DE SETEMBRO DE 2011 33 e é possível governar, e governar melhor, sem a figura do
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 20 34 O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Sr.ª Presidente
Pág.Página 34
Página 0035:
17 DE SETEMBRO DE 2011 35 A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Mesa não regista m
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 20 36 Tivemos o Sr. Deputado João Semedo e o Sr. Dep
Pág.Página 36