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I SÉRIE — NÚMERO 20

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Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, Srs. Secretários

de Estado, Sr.as

e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, sublinho que esta que pode parecer uma matéria técnica

relacionada com um organismo com responsabilidades locais mas, do nosso ponto de vista, é muito mais do

que isso.

O que estamos a discutir — e, curiosamente, já passou pela intervenção das várias bancadas neste debate

— é muito mais do que uma questão específica, muito mais do que uma reforma específica, é uma questão de

fundo em relação ao modelo que queremos, ao País que queremos e àquilo que queremos e temos de fazer,

face às circunstâncias de Portugal hoje.

É verdade, Sr. Ministro, que a crise é também, em si mesma, uma oportunidade para a mudança. Mas a

crise não é só uma oportunidade para a mudança. A crise é, neste País, no nosso Portugal, a última

oportunidade para a mudança, sob pena de sermos condenados ao insucesso.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Ministro, desse ponto de vista, algumas das coisas que aqui

ouvimos hoje são absolutamente extraordinárias.

Tivemos ontem, na voz do Sr. Deputado Carlos Zorrinho, um pequeno arremedo daquilo a que ele quis

chamar um novo PS, uma nova atitude, uma nova mudança. Hoje, passadas 24 horas,…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Nem tanto!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … o Sr. Deputado Pita Ameixa, em toda a sua força, fez desabar sobre

esta Câmara o velho PS em tudo o que ele tem de mais característico, de mais típico e de mais tradicional.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Não se pode mudar por causa da organização territorial?!

Houve um ponto da intervenção do Sr. Deputado Pita Ameixa absolutamente extraordinário: foi aquela

parte final em que o Sr. Deputado disse que era preciso defender os governadores civis em nome das

localidades, contra Lisboa e contra o peso de Lisboa, como se estas entidades não fossem representantes do

centralismo e do Governo de Lisboa nos vários distritos!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Claro!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É absolutamente extraordinário.

Primeiro, não se podem mudar porque são indispensáveis; segundo, não se pode mudar por causa da

protecção civil; depois, não se pode mudar porque é assim mesmo; depois, não se pode mudar porque

existem há não sei quanto tempo; depois não se pode mudar porque é a Constituição!

A seguir a lógica do Partido Socialista, como disse a Sr.ª Deputada Francisca Almeida, e bem, não se pode

mudar nunca, tudo ficava na mesma, tudo continuava como estava.

Srs. Deputados, em boa hora esta maioria ganhou as eleições, porque com os senhores no governo

continuaria tudo na mesma, com os governos civis, com as direcções-gerais, com a saúde. Tudo ficava na

mesma e o País estaria inevitavelmente condenado à falência, o País estaria inevitavelmente condenado a

entrar em default. Em boa hora mudámos, em boa hora avançamos com estas reformas.

Sr. Ministro, quero cumprimentá-lo, a si e à sua equipa, pelo trabalho que apresentam. Faço-o pelo

seguinte: não é que os governos civis fossem muito importantes ou muito determinantes, como se demonstra,

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