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22 DE SETEMBRO DE 2011

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O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — O PSD fala — e bem! — do prejuízo das «opções e vícios de execução

do QREN e PRODER» — mas não os quis corrigir quando o PCP o propôs! —, mas esquece que, nos três

anteriores Quadros Comunitários de Apoio, alguns sob a sua tutela e gestão exclusivas, se limitou igualmente

a reproduzir o mapa das desigualdades territoriais e regionais!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exactamente!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Esquece a política ferroviária de encerramento de linhas férreas —

lembram-se do Sabor, do Tua, do Corgo, do Tâmega?!… — e agora prepara-se para acabar com as poucas

alternativas rodoviárias que ainda restam nalgumas dessas linhas!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — E que dizer das portagens nas SCUT do interior? Aliás, nestas como em

outras políticas de direita, sempre bem acompanhados pelo PS e CDS.

É extraordinário, Srs. Deputados, que ontem pudéssemos ter lido, num jornal diário, o que disse um ex-

presidente da CCDRN, um ex-ministro da Economia do PS, um ex-deputado do PS, que por aqui passou

durante da X Legislatura. Questionado sobre se a disparidade de verbas financeiras atribuídas a Lisboa e ao

Norte prejudica o crescimento do Norte, Luís Braga da Cruz, que nesta Assembleia nunca disse uma palavra

contra essa política do governo PS, afirma: «Essa disparidade na afectação de recursos não é uma questão

de opinião. É um dado objectivo que se constata, por exemplo, pela análise comparativa da repartição do

PIDDAC (…). Mas o pior é que essa injustiça, ou falta de coesão, já ocorre de forma continuada há muitos

anos.»….

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Notável amnésia!

Mas o pior, Srs. Deputados, é que o PSD, depois de enunciar todas as malfeitorias das assimetrias

regionais, dos riscos para o grande valor da unidade nacional, depois de constatar que a perda de coesão

territorial «é uma tendência grave, perigosa, presente e crescente no País», sabe, de ciência certa, que o

«programa de agressão da tróica», em curso, que subscreveu com o PS e o CDS-PP, vai acentuar e acelerar

o motor das desigualdades regionais e sociais!

É ver o que está aí, no investimento público, na saúde, no ensino, nos transportes…

E para «pôr a cereja no topo do bolo», aí está a proposta que o Ministro Miguel Relvas um destes virá

trazer à Assembleia da República, isto é, depois de concretizada a «extinção material» de aldeias e

povoações, por desertificação económica e humana, vai agora proceder-se à sua extinção simbólica com a

liquidação de freguesias e concelhos.

É por isso que o projecto de resolução, apresentado pelo PSD, não pode ser considerado uma proposta de

boas intenções — de que, sabemo-lo, o inferno está cheio…—, nem sequer de propaganda! É, pura e

simplesmente, uma fraude política!

O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que é assim que proponho, para um

final alegre, que essa «fraude» seja inaugurada com a inscrição do PNCT numa lápide a afixar nas ruínas da

estação ferroviária de Mogadouro, da extinta linha do Sabor, ou nos anexos silos abandonados da EPAC, que

ainda hoje lembram que o planalto mirandês foi uma terra de pão!

Foi-se a linha do Sabor, foi-se o cereal, que tinha boas produtividades, vieram as vacas e hoje tudo se

prepara para a liquidação também dessa produção — nem trigo nem leite!!

Consumatum est! Mas vai haver um plano nacional para a coesão territorial!

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