O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24 DE SETEMBRO DE 2011

29

Convém ainda lembrar, Srs. Deputados, que se fizermos as contas, sem contar com manuais de

exercícios, no 1.º ciclo são 52 €, no 2.º ciclo são 220 €, no 3.º ciclo são 300 €, no ensino secundário são 250 €!

Mas sabemos que não é por acaso que temos esta política de negócio com os livros escolares. No ano

passado, recebemos na Assembleia o monopólio da indústria livreira que nos veio dizer que é assim porque

são os livros escolares que cobrem a falta de lucro dos outros livros comerciais. Portanto, a existência deste

negócio em torno dos manuais escolares é um importante instrumento de compensação do lucro da indústria

livreira.

Logo, vemos bem a quem é que a política educativa dos governos, ora do PS, ora do CDS, ora do PSD,

tem servido.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Exactamente!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Não tem servido as famílias, tem servido a indústria livreira, que tem acumulado

lucros escandalosos no momento em que as famílias vivem pior.

O que propomos é a distribuição gratuita dos manuais escolares e, também, um regime de adopção e

certificação destes mesmos manuais escolares, de acordo com o princípio de consagrar o direito à educação

para todos, sem discriminações.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro

Delgado Alves.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Na sequência da pergunta da

Deputada Heloísa Apolónia à bancada do CDS-PP, queria sublinhar que o que consta no projecto de

resolução não é exactamente aquilo que a Sr.ª Deputada Inês Teotónio Pereira nos acabou de relatar. O que

lá consta é que a obrigação de devolução dos manuais no final do ano é para os beneficiários da acção social

escolar e não para o universo completo, eventual, de todos os que dela beneficiariam.

Este é um ponto que pretendemos sublinhar e que consta, no fundo, da proposta de alteração: é

necessária, inegavelmente, uma articulação entre a acção social escolar e as bolsas de empréstimo mas, volto

a dizê-lo, não no sentido de tornar estigmatizante para alguns o recurso aos manuais através do sistema de

empréstimos. Esse aspecto é fundamental porque a criação de igualdade de oportunidades também tem de

ser criadora de equidade na percepção da criação dessa igualdade de oportunidades.

De facto, — e volto a dizê-lo, como disse há pouco — há uma evolução na posição do Partido Socialista no

sentido em que é necessário, face à ausência de iniciativas em quantidade suficiente por parte das autarquias

locais e das comunidades educativas, o recurso aos empréstimos. Daí que se consagrem na lei, daí a utilidade

de densificar directamente na lei as modalidades possíveis, para as comunidades educativas puderem

desenvolvê-las em articulação com as autarquias locais e com a comunidade escolar.

É verdade que já havia habilitação para regulamentação, através de despacho e não de portaria.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, terminou o seu tempo. Agradeço-lhe que conclua.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Termino já, Sr. Presidente, dizendo que, efectivamente, não houve

um acompanhamento por parte das comunidades educativas nem das autarquias. Daí, considerarmos

necessário colocar, desde já, na lei esse objectivo, diminuindo o esforço para as famílias e reforçando a

qualidade das oportunidades. Por isso mesmo, muito nos espantaria, uma vez que o sentido é o mesmo da

intervenção apresentada no projecto de resolução do PSD e do CDS, que se manifestassem, agora, contra

uma votação que já consagra na lei este caminho e apenas remete para portaria o detalhe, a «filigrana» de

como executar.

Portanto, aguardaremos com expectativa a forma de o fazer, porque quanto aos objectivos, penso, todas

as bancadas estão de acordo, particularmente quanto a esta necessidade de, num momento de escassez

financeira, se tentar conseguir alcançar um objectivo benéfico.

Páginas Relacionadas
Página 0043:
24 DE SETEMBRO DE 2011 43 Segue-se a votação, na generalidade, do projecto de lei n
Pág.Página 43