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24 DE SETEMBRO DE 2011

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em 1951, quando venceu o Prémio Especial da Bienal. Em 1959, volta a surpreender, conseguindo uma

menção honrosa, e 10 anos depois, vence o Prémio Artes Gráficas na Bienal de Artes de São Paulo, com

ilustrações do romance Aparição.

Nos anos de 1960, Júlio Resende alargou o seu interesse a projectos de decoração e arquitectura,

colaborando na decoração do Palácio da Justiça de Lisboa, para onde realizou seis painéis. No Porto, criou

dois painéis cerâmicos para o Hospital de São João, para além do iconográfico painel de azulejos Ribeira

Negra, instalado perto do tabuleiro inferior da ponte de D. Luís I.

Júlio Resende foi nomeado Membro da Academia Real das Ciências, Letras e Belas-Artes Belgas em 1972

e, em 1982, recebeu as insígnias de Comendador de Mérito Civil de Espanha, atribuídas pelo Rei de Espanha.

Foi ainda distinguido com o Prémio AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte) em 1985.

Fundou O Lugar do Desenho, Fundação Júlio Resende em Valbom, Gondomar, onde a sua obra e a sua

memória são lembradas e preservadas.

«Mas eu queria, efectivamente, ser pintor!» — esta sua frase revela a mais sincera expressão da pureza

deste grande artista português, deste ser humano de enorme grandeza interior, que manteve, até ao fim, a

capacidade de se deslumbrar com o mundo e de o perpetuar nas telas que marcam, para sempre, o século XX

em Portugal.

É esta herança e é este criador que hoje queremos aqui honrar, com um sentido voto de pesar, a que se

associam todos os grupos parlamentares representados na Assembleia da República.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos, então, proceder à votação do voto n.º 16/XII (1.ª) — De

pesar pelo falecimento de Júlio Resende (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, temos ainda para votar um outro voto de pesar, após o que guardaremos 1 minuto de

silêncio.

Passamos, então, a apreciar o voto n.º 18/XII (1.ª) — De pesar pelo falecimento de Aristides Pereira,

primeiro Presidente da República de Cabo Verde (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).

Tem a palavra o Sr. Secretário para proceder à respectiva leitura.

O Sr. Secretário (Paulo Batista Santos): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é o seguinte:

Aristides Pereira, o primeiro Presidente da República de Cabo Verde, faleceu ontem nos Hospitais

Universitários de Coimbra, onde se encontrava internado desde Agosto.

Nascido em 1923, na ilha da Boavista, Aristides Pereira encontrava-se afastado da actividade política há

cerca de 20 anos, depois de toda uma vida dedicada ao sonho da independência, da democracia e do

desenvolvimento do seu país, bem como da Guiné-Bissau.

Foi, com Amílcar Cabral, um dos fundadores do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde

(PAIGC), tendo chegado a ocupar a presidência do partido.

Considerada uma das grandes figuras históricas dos movimentos de libertação, Aristides Pereira foi

Presidente da República de Cabo Verde entre 1975 e 1991, ano em que se realizaram as primeiras eleições

multipartidárias no país.

A relação de Aristides Pereira com Portugal era de grande proximidade. Mesmo durante as lutas de

libertação, antes da independência, sempre distinguiu Portugal e os portugueses do regime ditatorial que

então governava o país.

Já como Presidente da República, defendeu sempre a necessidade de uma relação privilegiada com o

nosso País, sendo considerado um dos principais impulsionadores do estreitamento das relações entre

Portugal e Cabo Verde.

Fez inúmeras deslocações oficiais ao nosso País e, segundo o antigo Embaixador em Lisboa Herculano

Vieira, também membro do governo após a independência, Aristides Pereira sentia-se em Portugal como em

sua casa.

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