29 DE SETEMBRO DE 2011
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que solicite ao Banco de Portugal que determine de forma autónoma, rigorosa e transparente o valor total da
dívida pública, directa e indirecta, da Região Autónoma da Madeira (PCP), que baixou à 5.ª Comissão, 80/XII
(1.ª) — Cria uma comissão parlamentar eventual para a avaliação da situação financeira da Região Autónoma
da Madeira (PCP), que baixou à 5.ª Comissão, e 83/XII (1.ª) — Pelo reconhecimento do Estado da Palestina e
pelo apoio ao pedido de adesão do Estado Palestiniano como membro da Organização das Nações Unidas
(Os Verdes), que baixou à 2.ª Comissão.
É tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos iniciar a ordem do dia, de que consta o debate quinzenal com
o Primeiro-Ministro, ao abrigo da alínea a) do n.º 2 do artigo 224.º do Regimento, sobre estratégia económica.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro (Pedro Passos Coelho): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O Governo
entendeu agendar para este debate quinzenal a estratégia económica, na medida em que tem havido, com
muita oportunidade, quer na comunicação social, quer no debate público, a ideia — do meu ponto de vista
errada — de que Portugal, encontrando-se sob assistência financeira, encontra-se também num programa
económico que está monitorizado no Memorando de Entendimento, acordado pelo anterior governo com o
Fundo Monetário Internacional e a União Europeia, e que não há espaço para uma estratégia autónoma no
País. Eu digo que não é assim e julgo ser importante que se possa fazer esse debate justamente aqui, no
Parlamento.
Em primeiro lugar, todos os que, olhando para a situação actual do País, entendem que é possível um
maior activismo público, contracíclico, evitando medidas que têm um impacto recessivo e promovendo
medidas que tenham um impacto expansivo sobre a política orçamental, todos os que têm esta perspectiva
chocam com a realidade.
Não existe nenhuma estratégia de crescimento económico nem de desenvolvimento que possa partir de
uma base que não seja a da consolidação das contas públicas, que não seja a da redução do défice público e
da dívida pública. Este é o primeiro aspecto importante.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Significa isso que em toda a estratégia económica que está a ser seguida há uma componente de
estabilização financeira, que é essencial: o realismo de que devemos partir.
Evidentemente que o problema que temos na nossa economia é também um problema estrutural e o País
vai começando a aperceber-se dessa circunstância todos os dias. Não estamos na situação de vulnerabilidade
actual apenas mercê das vicissitudes financeiras externas e da crise global, que se vem acentuando, a razão
porque estamos vulneráveis é estrutural.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portugal, nos últimos 12 anos, cresceu a uma taxa média inferior a 1%, pouco
superior a 0,5%. Significa, portanto, que, coincidindo com a nossa entrada no euro, Portugal perdeu graus de
competitividade externa, as empresas portuguesas perderam competitividade…
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Ah!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e isso significa que há um problema estrutural que necessita de ser
corrigido.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Descobriu agora?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Ora, uma parte dessas correcções está prevista no Memorando de
Entendimento que foi estabelecido com a tróica. Os que maldizem — muitas vezes, quando dá jeito, outras