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30 DE SETEMBRO DE 2011

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O Sr. Ministro também não nos dirá que, no conjunto das escolas, à data do início do ano, faltavam 5000

auxiliares e que ainda hoje a carência destes funcionários faz com que inúmeros serviços ou equipamentos de

escolas não funcionem plenamente, prejudicando a qualidade do ensino e a segurança dos milhares e

milhares de jovens e crianças que frequentam as escolas.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E estas necessidades de pessoal continuam a ser ilegalmente supridas com

recurso a contratos emprego-inserção, à contratação à hora, sem qualquer respeito pelos direitos das pessoas

assim contratadas e pelo funcionamento das escolas.

A Sr.ª Rira Rato (PCP): — Exactamente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Os cortes orçamentais ascendem já a 1200 milhões de euros nos últimos

dois anos e, de acordo com o pacto de submissão, serão agravados em mais 500 milhões de euros para a

escolaridade obrigatória e 100 milhões de euros para o ensino superior público. Significa isto que, em pouco

mais de três anos, a educação e o ensino superior perdem quase 2000 milhões de euros.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Um escândalo!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Ministro, deixe de lado a propaganda e diga-nos como é que é possível

garantir a qualidade e o rigor, o mérito e a exigência em turmas com mais alunos, com menos professores,

com menos funcionários, sem equipas multidisciplinares, sem psicólogos e com menos 30% do orçamento.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exactamente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — No ensino profissional e nos cursos de educação e formação, ainda hoje

inúmeras turmas continuam sem autorização de funcionamento, deixando mais de 1500 alunos,

principalmente do ensino profissional particular, sem saberem sequer se o seu curso existe. Também sobre

esta questão, seria bom que o Sr. Ministro se pronunciasse.

Os estudantes do ensino superior público foram forçados a assumir despesas muito significativas,

nomeadamente com alojamento, emolumentos, taxas e propinas, mesmo antes de conhecerem os moldes do

novo regulamento de atribuição de bolsas,…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exactamente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … o que sujeita estes estudantes e suas famílias a um período de angústia,

instabilidade e sérias e profundas dificuldades, que, certamente hoje, o Sr. Ministro não apresentará nos seus

slides.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Por força da mesma política, os politécnicos e as universidades não estão a

renovar contratos com professores e leitores, mesmo dos que mereceriam enquadramento nos regimes

transitórios dos respectivos estatutos de carreira. Por força dos constrangimentos orçamentais, o Presidente

do Instituto Politécnico de Coimbra, por exemplo, sugeriu mesmo o encerramento de uma escola superior. Por

força desta política, milhares de estudantes engrossam a dívida aos bancos, hipotecando os seus futuros, para

poderem aceder a um direito constitucional: o direito a estudar.

Será esta a serenidade e a tranquilidade da abertura do ano lectivo a que o PSD e o CDS se referiram

aqui, no plenário da Assembleia da República? Seria bom que o Sr. Ministro também nos desse explicações

sobre isto.