I SÉRIE — NÚMERO 31
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Quando um Primeiro-Ministro falta desta forma à sua palavra há uma coisa que todos percebemos: perdeu
a confiança do País! O Sr. Primeiro-Ministro perdeu a confiança do País!
O grande problema é que, arrastando esta falta de verdade nas palavras do Sr. Primeiro-Ministro, o que
vem é a hecatombe económica e social do País. O Sr. Primeiro-Ministro está a contribuir para nos pôr de
rastos ao nível económico e ao nível social. E depois como é que nos vamos levantar, Sr. Primeiro-Ministro?
Vai mandar-nos ao chão, vai destruir-nos! E depois como é que nos levantamos? Isto é uma hecatombe total!
Isto é um colapso total!
Julgo que os portugueses têm de se levantar para se fazer ouvir pelo Sr. Primeiro-Ministro, demonstrando
um total desacordo relativamente às medidas anunciadas.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, o exercício que fiz hoje, como
aquele que enunciei ontem, é um exercício de total humildade, Sr.ª Deputada.
A Sr. ª Heloísa Apolónia (OS Verdes): — Não me diga!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não é nenhum exercício de exibição, de prazer gratuito sobre o nível de
austeridade que entendo que o País tem de fazer.
Esta confiança que o País me atribuiu o País julgará. O País vai julgá-la! A Sr.ª Deputada pode dormir
tranquila sobre isso que eu não evito nem nunca evitarei esse confronto. Mas deixe que seja País a falar, Sr.ª
Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (OS Verdes): — Isso dizem todos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Diz a Sr.ª Deputada que com este exercício não vamos lá, porque vamos
terminar qualquer possibilidade de recuperação. Ó Sr.ª Deputada, a minha opinião é exactamente a inversa.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está enganado!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Nós não vamos anunciar pacotes de austeridade a seguir a pacotes de
austeridade…
Vozes do PCP: — Não tem feito outra coisa!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Aquilo que este Governo vai fazer quando apresentar, na próxima semana, o
Orçamento do Estado para 2012 é apresentar a sua proposta para o próximo ano. Não é para os próximos 3
meses, é para o próximo ano!
Protestos do PCP e de Os Verdes.
E o Orçamento do Estado para o próximo ano tem as medidas pelas quais, razoavelmente, o Governo
entende poder responder e que asseguram as metas a que nos comprometemos. Esse é o nosso exercício,
Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — À custa de quê?
O Sr. Primeiro-Ministro: — O que é que pretendemos com ele? Ganhar credibilidade externa, dizer aos
portugueses que todas as metas a que nos comprometemos serão alcançadas e que todo o esforço e todo o