I SÉRIE — NÚMERO 31
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Memorando com a tróica. Não são as medidas nem o Orçamento do PS, e também não é o caminho que o PS
escolheria para Portugal!
Aplausos do PS.
As medidas que o Sr. Primeiro-Ministro ontem anunciou são violentas e injustas, em particular para quem
vive dos rendimentos do seu trabalho e das suas pensões.
Foi um golpe fortíssimo na já debilitada classe média e não houve, em comparação, qualquer volume de
sacrifícios exigido ao capital e às empresas que têm mais lucros em Portugal.
Aplausos do PS.
Só houve medidas do lado dos sacrifícios: foram pedidos mais sacrifícios aos portugueses, mas nem uma
palavra sobre o emprego, nem uma palavra sobre o crescimento económico no nosso País.
Há, pelo menos, duas medidas em que não encontro fundamento: a primeira é o aumento do IVA num
sector tão importante como o da restauração em Portugal e a segunda é o facto de serem exigidos tantos
sacrifícios aos funcionários públicos, em particular no que diz respeito aos cortes nos subsídios de Natal e de
férias.
Quero dizer-lhe, mais uma vez, que estas medidas não são as constantes do Memorando celebrado com a
tróica. São as suas medidas, são as suas escolhas. São as escolhas do seu Governo!
Aplausos do PS.
Como o Sr. Primeiro-Ministro ontem disse, a elaboração de um Orçamento não é um exercício de
contabilidade, corresponde a escolhas políticas. Pois bem, estas são as suas escolhas, são as escolhas do
PSD e do CDS, não são as escolhas do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Vozes do PS: — Assumam! Assumam!
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr. Primeiro-Ministro, as suas escolhas surpreenderam os
portugueses. E só podem surpreender os portugueses porque não correspondem, nem de perto nem de longe,
às promessas eleitorais que fez aos portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Primeiro-Ministro ganhou as eleições com base em promessas eleitorais que não está a concretizar.
Recordo apenas três.
Prometeu um corte nas «gorduras» do Estado. Agora, nem uma palavra.
Disse que o corte nos subsídios de Natal e de férias era um autêntico disparate. Pois bem, são quatro
cortes nos próximos dois anos.
E, pasme-se, a sua medida para lançar a competitividade da economia portuguesa — a redução da taxa
social única —, que, segundo palavras do Sr. Primeiro-Ministro, estava preparada, estudada e ia ser
imediatamente concretizada, a «varinha mágica», a sua «varinha mágica» para a competitividade da economia
portuguesa, foi relegada para as calendas gregas.
O Sr. Primeiro-Ministro ganhou as eleições com umas promessas e está a executar outro programa
eleitoral!
Aplausos do PS.