15 DE OUTUBRO DE 2011
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O Sr. Primeiro-Ministro invocou ontem um desvio orçamental e nós exigimos um esclarecimento detalhado
sobre esse desvio!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Detalhado. Desagregado! Queremos total transparência.
Contudo, há algo que já sabemos: que o valor a que corresponde a má gestão e a dívida oculta na Madeira
custará, pelo menos, o subsídio de Natal aos funcionários públicos do nosso País!
Aplausos do PS.
Não deixa de ser irónico que, no acto mais solene que teve até ao momento, que foi o da sua tomada de
posse, o Sr. Primeiro-Ministro tenha dito, sem que ninguém lho exigisse, que nunca se iria desculpar com o
passado. Mas o seu passado recente, Sr. Primeiro-Ministro, é convocado a este debate: o senhor é o Primeiro-
Ministro em Portugal que, como candidato, mais informação tinha sobre as contas públicas no nosso País!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
O Sr. Primeiro-Ministro negociou o Orçamento do Estado para 2011, é co-autor deste Orçamento do
Estado.
Protestos do PSD.
O Sr. Primeiro-Ministro…
Protestos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, peço-lhes um pouco de mais de tranquilidade para que o Sr.
Deputado António José Seguro possa continuar no uso da palavra.
Faça favor de prosseguir, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — O Sr. Primeiro-Ministro é co-executor do Orçamento do Estado para
2011. E mais: o Sr. Primeiro-Ministro teve toda a informação, escreveu cinco cartas, segundo as minhas
contas, e negociou o Memorando com a tróica. Por isso, não pode alegar desconhecimento.
É altura de se responsabilizar e de se deixar de desculpas para governar o nosso País!
Aplausos do PS.
Há, porém, um erro gravíssimo, e não foi por falta de aviso meu, por falta de aviso do PS.
Vozes do PSD: — Oh!…
O Sr. António José Seguro (PS): — Não foi por falta de aviso nosso.
No primeiro debate quinzenal que aqui travámos, disse-lhe que, ao lançar um imposto extraordinário sobre
o subsídio de Natal, tinha escolhido o caminho errado, porque se o Memorando com a tróica já gerava
austeridade, todas as medidas que somassem austeridade à austeridade levavam Portugal para o caminho da
recessão, para o caminho da Grécia, para o caminho que nós não queremos percorrer. E apresentei-lhe como