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I SÉRIE — NÚMERO 38

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Não quer isto dizer que sejam as outras áreas dispensáveis ou menos importantes. Pelo contrário — e é

importante sublinhá-lo —, é por a História ser essencial que é necessário reforçar o Português. Porque só se

sabendo Português bem se consegue perceber História, na sua totalidade.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Muito bem!

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Durante os próximos meses, vamos debater — e esperamos

que com intensidade e não aos gritos, mas de forma construtiva — a reforma curricular.

As perguntas a que vamos responder são, essencialmente, duas: primeiro, o que queremos ensinar às

crianças e, segundo, como vamos ensiná-las. O debate ainda agora começou, mas são iniciativas como esta

que o tornam mais construtivo.

Agora, para respondermos a estas questões é fundamental termos noção do conjunto, de todas as

disciplinas e dos objectivos a que nos propomos. Só depois poderemos saber, com toda a certeza, se o

reforço da carga horária de algumas cadeiras é ou não necessário para alcançar esses objectivos.

Mas parece que estamos no bom caminho e, ao contrário do que aqui foi dito, o Ministro da Educação

disse, numa entrevista ao jornal Público na segunda-feira passada, o seguinte, e passo a citar: «Defendo,

independentemente de todos estes cortes, que é necessário reduzir o número de disciplinas no ensino básico,

que é necessário concentrar nas disciplinas essenciais, que é necessário eliminar a dispersão na oferta

curricular, que é necessário reforçar o Português e a Matemática, que é necessário dar mais atenção à

História, à Geografia, às Ciências, ao Inglês. O princípio da reorganização é este: como é que vamos

conseguir que os jovens saibam mais nestas questões centrais?».

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O centro de qualquer reforma

ou reorganização na área do ensino são os alunos, se o sistema os ensina bem, se eles estão bem

preparados, se eles sabem as matérias essenciais para o seu futuro e para o futuro do nosso País.

Por isso, se se concluir que para os alunos, para a sua aprendizagem, para a sua formação, o reforço da

carga horária da História é indispensável, apoiaremos a pretensão dos peticionários. Mas enquanto essa

análise não estiver feita, qualquer apoio neste sentido não seria consistente.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Enes.

O Sr. Carlos Enes (PS): — Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr.as

e Srs. Deputados: Em nome

do Partido Socialista, começo por saudar os peticionários presentes nesta sessão e, através deles, todos os

outros signatários.

O tema agora em discussão relaciona-se com o ensino da História e a formação dos professores na

mesma área, corporizado através de uma petição que integra a Associação dos Professores de História,

outras instituições do ensino superior e numerosas individualidades da área.

Sobre a importância do ensino da História, a petição evidencia, sem qualquer tipo de demagogia, o valor

que esta disciplina tem na formação dos alunos. É opinião unânime de vários historiadores que a História nos

ajuda a compreender os problemas actuais, proporciona o sentido da continuidade, desenvolve o espírito

crítico e de reflexão, permite conhecer melhor o homem e ensina a relatividade das coisas.

A disciplina de História é, pois, uma ponte fundamental entre as várias culturas que se cruzam nas nossas

escolas e na nossa sociedade. É um caminho aberto para uma melhor compreensão das diferenças entre os

seres humanos, um meio para alicerçar o espírito de tolerância entre os jovens. Em suma, a disciplina de

História é essencial para a formação integral do indivíduo. Esse valor foi reconhecido pelo Sr. Ministro da

Educação na entrevista que deu esta semana a um jornal, quando frisou que é necessário reforçar o

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