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23 DE NOVEMBRO DE 2011

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Aplausos do PCP.

Enquanto se cortam mais de 2000 milhões de euros em salários e reformas; enquanto se aumenta o IVA,

incluindo em bens essenciais, em mais de 2000 milhões de euros; ao mesmo tempo que se cortam 1000

milhões de euros na saúde e mais de 1500 milhões de euros na educação, o Governo prepara-se para

entregar 12 000 milhões de euros à banca privada.

Vozes do PCP: — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ao mesmo tempo, avança com medidas em relação aos direitos dos

trabalhadores, em que só o aumento de meia hora de trabalho por dia significa a transferência de mais de

7000 milhões de euros dos trabalhadores para o capital.

Afinal sempre há excepções aos sacrifícios…! A banca e os grandes grupos económicos estão sempre

isentos, são sempre beneficiados pelos governos e são beneficiados por este Governo.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Estamos perante a mesma lógica da desastrosa operação BPN, em

que se nacionalizaram os prejuízos e se mantiveram os activos e os lucros nos accionistas privados.

Desta vez a banca privada precisa de se recapitalizar, mas, em vez de o fazer por via dos seus accionistas,

é o Estado que se endivida para proceder a essa recapitalização.

Vozes do PCP: — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ano após ano os bancos privados amealham lucros fabulosos,

beneficiando de escandalosas taxas efectivas de imposto.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Distribuem esses dividendos pelos seus accionistas proporcionando

ganhos de centenas de milhões, sempre convenientemente sedeados em paraísos fiscais ou afins. Mas,

chegada a hora de injectar capital, os banqueiros, os accionistas ficam isentos: o Estado que pague! O Estado

que pague!!

Talvez, hoje, o Ministro das Finanças tenha o pudor de não utilizar a demagógica e mentirosa frase de que

«os portugueses têm vivido acima das suas possibilidades». Os portugueses não têm vivido acima das suas

possibilidades; em muitos casos, o que têm é vivido abaixo das suas necessidades, enquanto a banca

aferrolha lucros em cima de lucros!!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Foi a banca, não os portugueses, quem fomentou uma política de

generalização do crédito, aproveitando em seu favor a baixa das taxas de juro e ajudando, assim, à política de

contenção e diminuição real dos salários, designadamente na última década.

Vozes do PCP: — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A banca emprestou cada vez mais, financiando-se no estrangeiro a

taxas mais baixas e acumulando lucro fácil e rápido. Depois beneficiou desse negócio chorudo que foi o de

emprestar dinheiro aos Estados, incluindo o português, financiando-se a 1% no Banco Central Europeu e

cobrando 5, 6 e 7% ou mais aos cofres públicos, ao mesmo tempo que secava o financiamento à nossa

economia, designadamente às pequenas empresas!

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