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I SÉRIE — NÚMERO 41

24

Vozes do PCP: — Bem lembrado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não, Srs. Membros do Governo, os portugueses não vivem na sua

maioria acima das suas possibilidades! Os bancos e os seus accionistas é que vivem acima e, sobretudo, em

cima dos nossos direitos e das nossas necessidades!!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Com o patrocínio do PSD, do CDS e do PS — que, nestes momentos,

também diz sempre «presente»! —, o que está aqui em causa é uma gigantesca transferência de recursos

para o capital financeiro, recursos esses que são dos povos e que os governos entregam aos bancos. Não

pode ser! Quem ficou com os lucros que pague a factura da recapitalização!

Aplausos do PCP.

Foi por isso que a Caixa Geral de Depósitos foi excluída da possibilidade de recorrer a estes fundos: para

não interferir nem beneficiar dessa transferência de capital!!

Mais: a Caixa Geral de Depósitos, como vai ter também de se recapitalizar (ao que, aliás, não é alheio o

«buraco» do BPN, que teve em parte de assumir), será obrigada a vender alguns dos seus maiores activos,

como o sector segurador, que cairão, certamente, no regaço de algum grupo financeiro nacional ou

estrangeiro…!

Estes 12 000 milhões de euros seriam bem empregues, isso sim, se fossem aplicados na Caixa Geral de

Depósitos, para o apoio à economia e, em concreto, às micro, pequenas e médias empresas.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Se assim fosse, o Ministro das Finanças talvez não tivesse de vir aqui

reconhecer o aprofundamento da recessão, como ontem fez e, provavelmente, terá de fazer outras vezes no

futuro.

Mas o Governo não quer só entregar os 12 000 milhões. A toque de caixa dos banqueiros, quer entregá-los

nas melhores condições possíveis, para a banca, claro! O que é hoje aqui apresentado é um verdadeiro

«cheque em branco» que o Governo se prepara para obter da Assembleia da República.

O Governo já garantiu que o Estado será um accionista passivo, isto é, põe o dinheiro, mas não toca na

gestão. E, entretanto, continuam por definir muitas das condições essenciais deste escandaloso negócio.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Por outro lado, preparam-se, certamente, soluções no sentido de os

bancos pouco ou nada pagarem pelo empréstimo, que, por sua vez, o Estado paga «com língua de palmo» ao

FMI e à União Europeia. Aliás, deve estar em curso um negócio em dois tabuleiros em simultâneo, tendo em

conta a carência em que o Governo se colocou relativamente à integração dos fundos de pensões da banca,

que se traduzirá, certamente, num encargo acrescido para a Segurança Social e, eventualmente, na perda de

direitos dos trabalhadores bancários.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Passamos a vida a ouvir dizer que temos de aceitar as condições da

tróica, porque eles é que nos emprestam o dinheiro, mas agora, para entregar milhões à banca, quem decide

já não é quem empresta mas, sim, quem recebe: «Ricardo Salgado & C.ª L.da

»!!

Vozes do PCP: — Muito bem!

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