O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 DE NOVEMBRO DE 2011

9

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (Paulo Núncio): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados,

ontem, discutimos a proposta do PS de alteração ao artigo 51.º do Código do IRC. Repito que esta proposta

contém um conjunto de deficiências técnicas…

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Mas explique quais!

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — … e viola o direito europeu.

O PS, há um ano, alterou, por via do Orçamento do Estado para 2011, o artigo 51.º do Código do IRC e, ao

fazê-lo e da forma que o fez, criou um enorme imbróglio legal que é hoje reconhecido pela comunidade

jurídica. Aliás, a apresentação tardia desta proposta do PS de alterar novamente o artigo 51.º do Código do

IRC é o reconhecimento expresso de que a alteração operada em 2001 continha um conjunto de deficiências

técnicas.

Centremo-nos na proposta do PS. No que é que consiste a proposta apresentada pelo PS? É importante

que fique claro que o PS propõe que os lucros das sociedades offshore, que sempre foram tributados em IRC,

passem a ter um benefício fiscal.

O regime português, Sr. Deputado Pedro Nuno Santos, assim como todos os outros regimes dos Estados-

membros da União Europeia — como sabe, este regime provém de uma directiva europeia —, nunca foi nem é

aplicável a lucros distribuídos por sociedades offshore, pela simples e boa razão de que os lucros de

sociedades offshore não qualificam para a aplicação deste regime. Isto é elementar.

Protestos do PS.

Os lucros de sociedades offshore distribuídos a sociedades portuguesas não qualificam para efeitos deste

regime. Nunca qualificaram e não qualificam, nem em Portugal nem em qualquer outro país da União

Europeia.

No entanto, o PS consegue ir mais longe na proposta que apresenta. Não só inclui os lucros distribuídos de

sociedades offshore a Portugal neste regime de eliminação da dupla tributação económica, como — pasme-

se! — concede um crédito de imposto aos lucros que tenham sido sujeitos a tributação num qualquer offshore.

Vou passar isto a miúdos.

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Explique a sua opção!

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Com a proposta do PS, se uma sociedade offshore

tiver sido sujeita a um qualquer imposto, quando os lucros são distribuídos da sociedade offshore para a

sociedade portuguesa, a sociedade portuguesa pode recuperar o imposto que foi pago num qualquer paraíso

fiscal.

Protestos do PS.

Sr. Deputado, seria a primeira vez que um regime de eliminação da dupla tributação económica em

Portugal trataria de uma forma tão benevolente e tão favorável os lucros provenientes de uma sociedade

offshore.

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Assim não pagam nada!

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — E mais lhe digo, Sr. Deputado: ao imbróglio legal

que foi criado há um ano com a apresentação da proposta de Orçamento do Estado do PS, acresceria um

benefício fiscal à utilização de paraísos fiscais, um benefício fiscal à utilização de sociedades offshore,

Páginas Relacionadas
Página 0019:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 19 Directiva, mas a Directiva foi revista em 2003 e, portant
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 44 20 Artigo 100.º-A Imposto sobre o Patrimón
Pág.Página 20
Página 0021:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 21 Artigo 3.º Imposto Extraordinário sobre o Patrimón
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 44 22 A Sr.ª Presidente: — Passamos, agora, à votaçã
Pág.Página 22
Página 0023:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 23 Passamos à votação da proposta 59-C, apresentada pelo PCP
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 44 24 O Sr. João Galamba (PS): — Sr.ª Preside
Pág.Página 24
Página 0025:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 25 A Sr.ª Presidente: — Vamos votar a proposta 285-C,
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 44 26 i) Transferências financeiras efectuadas em be
Pág.Página 26
Página 0027:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 27 Submetida à votação, foi rejeitada, com votos contra do P
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 44 28 A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, em relaçã
Pág.Página 28
Página 0029:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 29 Submetida à votação, foi rejeitada, com votos contra do P
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 44 30 O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Sr.ª President
Pág.Página 30
Página 0031:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 31 2 — A dedução a que se refere a segunda parte da alínea a
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 44 32 Submetidos à votação, foram aprovados, com vot
Pág.Página 32
Página 0033:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 33 O Sr. João Galamba (PS): — Sr.ª Presidente, a votação que
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 44 34 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presiden
Pág.Página 34
Página 0035:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 35 Srs. Deputados, vamos votar a revogação da Verba 1.4, Lis
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 44 36 Vamos votar, agora, a proposta 397-C, apresent
Pág.Página 36
Página 0037:
30 DE NOVEMBRO DE 2011 37 Submetida à votação, foi aprovada, com votos a fav
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 44 38 A Sr.ª Presidente: — Está, então, identificada
Pág.Página 38