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I SÉRIE — NÚMERO 45

28

tem razão! Vai haver um euro a três velocidades? Deslumbrante! Portugal cabe nesse euro? Com certeza que

sim! Portugal não cabe? Com certeza que sim!

Sr. Primeiro-Ministro, o governo não existe na Europa, e não existe quando a União Europeia está a

destruir a Europa e aquilo de que todos os europeus precisam na Europa.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Se o senhor se comporta como o governante de uma província à beira-

mar plantada, então digo-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que mais valia que, no próximo Orçamento, tivesse a

fineza de telefonar ao Sr. Embaixador da Alemanha para lhe perguntar se ele não se importa de vir aqui

discutir o Orçamento que apresenta para Portugal.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — É claro que, no silêncio, o Governo ainda disse alguma coisa, e o que

disse foi que, neste País, não esquece nunca ninguém. Há um milhão de reformados que vão perder um ou

dois dos seus subsídios — os senhores não os esqueceram; há 460 000 funcionários públicos que vão perder

um ou dois subsídios — os senhores não os esqueceram; congelaram as pensões de quem tem 274 € depois

de 20 de trabalho — os senhores não os esqueceram; quem tem 30 anos de descontos e 303 € de pensão vai

perder uma parte dos seus subsídios — os senhores não os esqueceram!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — É claro que, dando 20 cêntimos por dia a muito poucos destes

reformados, os senhores querem vê-los ajoelhados a agradecer ao Governo. Não sei, Sr. Ministro das

Finanças, se vai conseguir bater aqui um recorde que foi estabelecido por um colega seu, que citou sete vezes

a «ética social na austeridade» a propósito do corte nos subsídios aos reformados, mas o certo é que todas

essas pessoas estão a ser assaltadas!?

Não esquecem ninguém: aumentaram a restauração 10%, aumentaram a electricidade 15%, aumentaram

os transportes 25%, duplicaram as taxas moderadoras. Não esquecem ninguém!

Aumentam o horário de trabalho meia hora por dia. São 16 dias inteiros sem pagamento de salário durante

o ano e mais a redução de quatro feriados. Quatro semanas a trabalhar de graça — uma invenção deste

Governo, que não esquece ninguém!

No próximo ano, diz a OCDE, haverá mais 75 000 desempregados. Já há bombeiros a fazer peditórios para

pagar o seu ordenado. Os senhores não esquecem ninguém!

E, no fim de tudo, diz o Banco de Portugal que o nosso País terá mais 30 000 milhões de euros de dívida.

No fim de tudo, mais dívida! Os senhores não esquecem ninguém!

É claro que não esquecem mesmo ninguém. Vão entregar as redes energéticas nacionais e o porto de

Sines à China, vão entregar a EDP à Alemanha e, evidentemente, tudo o resto àquela pessoa que sabemos,

dos capitais angolanos. Não esquecem ninguém!

Há 12 000 milhões de euros entregues à banca, mas renegociar para isso vir para a economia, nem

pensar!… Há 35 000 milhões de euros em juros e comissões pagos à tróica num juro usurário, mas

renegociar, nunca, nem pensar!

Parcerias público-privadas: é-lhes pago 12% de juros. É o País que mais paga na Europa em percentagem

do PIB. Renegociar? Nem pensar!

Sr. Primeiro-Ministro, nem quando lhe perguntam sobre um automóvel de luxo que salta de ministro para

ministro o senhor é capaz de dizer que esse contrato é renegociado. Há um frémito de indignação na direita:

«renegociar um contrato, nós, gente séria?! Nunca! Se for salário, se for horário de trabalho, se for saúde, se

for educação, claro, vamos a eles! Nós não esquecemos ninguém.»

Por isso mesmo, Sr. Primeiro-Ministro, sublinhamos que aqui é tempo de combater o abuso, porque o

abuso deste Orçamento, nas sociedades gestoras de participações, nos benefícios de capital, foi o que

permitiu a total impunidade, a desvergonha neste País.

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