O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 51

26

as abordagens, contactos, trocas de informações e proposituras normais em sede europeia. Não sinto, Sr.ª

Deputada, que esteja nem a mais nem a menos do que qualquer outro meu colega europeu.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O caminho que Portugal está a fazer nesta matéria é conhecido, e a convicção

que aqui exprimi é a da necessidade de, para futuro, termos nós próprios — não é a mando de ninguém, é nós

próprios — regras claras para não voltarmos a cair na situação presente, que, diga-se, implica medidas

recessivas, sem as quais não conseguiremos retomar um caminho de crescimento.

O caminho que aqui estamos a seguir não é imposto por ninguém; apesar de ter sido negociado e de ser

obra, portanto, da necessidade, teria de ser percorrido em qualquer circunstância, quer Portugal tivesse

chegado a uma espécie de rotura de pagamentos, ou não. Isto dever-nos-ia obrigar a tirar conclusões e lições

sobre o passado, mas, Sr.ª Deputada, as suas lições e conclusões sobre o caminho do passado não abundam

nas suas intervenções no Parlamento nem nas perguntas que dirige ao Governo. Convidava-a a fazer essa

leitura, em vez de aproveitar esta oportunidade para fazer aquilo a que se chama pergunta de pacotilha: «vai

aumentar mais impostos?», «vai diminuir?». Sr.ª Deputada, tudo isso está respondido, e bem respondido, quer

no Programa do Governo, quer no Orçamento aprovado nesta Assembleia. É por ele que nos vamos guiar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não se preocupe em não

me estragar as perguntas, preocupe-se em não estragar o País!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Já não era mau!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Já era um grande favor que fazia aos portugueses! Não preciso

de favores por parte do Sr. Primeiro-Ministro e repetirei até à exaustão as perguntas que Os Verdes

entenderem relevantes até obtermos respostas seguras.

Mas talvez o Sr. Primeiro-Ministro tenha razão numa questão: os compromissos assumidos por si valem

muito pouco para o País, como já percebemos, e se o senhor fosse tão dedicado a cumprir os compromissos

que assume com os portugueses como é quanto aos compromissos que assume com a Sr.ª Merkel,

provavelmente, não estaríamos, em Portugal, na situação em que estamos, não estaríamos a trabalhar para a

recessão, estaríamos a trabalhar para o crescimento económico, para a dinamização do nosso aparelho

produtivo, para a geração de riqueza, porque é, de facto, disto que o País precisa. Porém, não é disto que a

Sr.ª Merkel precisa. Mas o Sr. Primeiro-Ministro não está a governar para a Alemanha e para os interesses

desse país. O Sr. Primeiro-Ministro deve governar para os interesses do seu País! O que o Sr. Primeiro-

Ministro está a fazer, de facto, é a condenar os portugueses a pior qualidade de vida, a salários mais baixos, a

serviços mais caros.

Por exemplo, a questão das taxas moderadoras é absolutamente confrangedora. O Estado arrecada cerca

de 100 milhões de euros com as taxas moderadoras. Vem o Governo, aumenta para o dobro as taxas

moderadoras e diz que vão arrecadar mais cerca de 100 milhões de euros. Vem a tróica e diz: «Não, não, não.

Os senhores têm de arrecadar mais 250 milhões de euros.» Agora, vamos ver quais são os valores que o

Governo vai propor, aos poucos ou de uma assentada, em relação às taxas moderadoras, que de

moderadoras não têm absolutamente nada, elas significam uma completa privatização do Serviço Nacional de

Saúde. É isto que o Sr. Primeiro-Ministro está a oferecer aos portugueses! Desculpe que lhe diga, mas o

senhor não tem qualquer pudor em «meter a mão no bolso» dos portugueses, e isto tem de acabar de uma

vez por todas. Os portugueses não aguentam mais esta austeridade. Isto é duro demais!

O Sr. Primeiro-Ministro vem, depois, fazer um choradinho e vai lá fora dizer que já anunciou aqui, na

mensagem de Natal, que tem uma grande compreensão para com os portugueses.

Páginas Relacionadas
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 51 42 Com efeito, o poder local tem sido um dos prin
Pág.Página 42
Página 0043:
17 DE DEZEMBRO DE 2011 43 Submetido à votação, foi rejeitado, com vot
Pág.Página 43