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I SÉRIE — NÚMERO 52

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mais qualificados e lhes diz para desistirem do País? Um Primeiro-Ministro que aconselha os cidadãos do seu

País a emigrar reconhece, de forma absolutamente óbvia, que não faz a mínima ideia como governar o País!

O apelo à emigração, encarado como uma forma de resolver os problemas económicos do País, é

especialmente gravoso quando feito por um Primeiro-Ministro. De um governante espera-se responsabilidade

e que aponte caminhos e soluções para os problemas encontrados, não que se comporte como os

irresponsáveis que puxam o sinal de alarme no comboio sem se preocupar com o pânico social gerado pela

sua atitude.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — O que se espera de um Primeiro-Ministro, perante os números que indicam que

o desemprego está a aumentar mais significativamente entre os jovens licenciados, é que lute, que apresente

alternativas para que o País possa contar com a geração mais qualificada da história portuguesa. Em vez de

perceber que essa geração — jovens licenciados, jovens professores contratados, bolseiros investigadores —

é imprescindível para criar um futuro que seja maior e melhor do que a crise presente, o Governo indica a

porta de saída e deseja-lhes boa sorte.

Percebemos agora por que razão o PSD fez da crítica demagógica sobre o programa Novas Oportunidades

um dos eixos centrais da sua campanha. Não há «mega encenação» que esconda o «facilitismo» de um

Governo que não tem uma palavra a dizer sobre a requalificação ou sobre a reconversão profissional dos seus

cidadãos Para todos os desempregados ou para quem quer que procure uma nova oportunidade PSD e CDS

apenas têm a dizer «peguem na trouxa e vão à procura de lugar para lá das nossas fronteiras.»

Sr.as

e Srs. Deputados, na última mensagem que colocou na sua conta do Facebook, o Dr. Passos Coelho

afirmava: «Felizmente, tenho descoberto, também nesta plataforma, que muitos são os portugueses que

acreditam. Homens e mulheres inspiradores que não baixam os braços». Uma mensagem de um suposto

optimismo que contrasta com os sucessivos apelos para o desânimo colectivo que vêm sendo agitados, à vez,

por diferentes membros do Governo.

Pelos vistos, há homens e mulheres que não baixam os braços, mas entre eles não está, certamente, o Dr.

Pedro Passos Coelho!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados Pedro

Delgado Alves e Carlos Abreu Amorim.

Em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, começo por agradecer a intervenção da Sr.ª Deputada

Ana Drago.

Efectivamente, a questão focada na sua intervenção revela a forma como assistimos a um verdadeiro

regresso ao passado em termos de opções que deviam ser estruturantes. E não é só ao passado a que há

pouco aludia o Sr. Deputado Jorge Machado, o da década de sessenta.

Podemos recordar as palavras de uma poetiza americana, descendente de judeus portugueses, que tem

um poema inscrito na base da Estátua da Liberdade, no porto de Nova Iorque, em que anuncia que os

Estados Unidos é um país de braços abertos às massas cansadas, aos pobres, àqueles que não têm outras

oportunidades; uma nação que, de uma forma optimista, abre os seus braços aos que procuram melhores

oportunidades.

Do lado de cá do Atlântico, no século XXI, fazemos o caminho precisamente inverso ao que se fazia há

dois séculos. É que o que aqui se diz é «vão à vossa vida, vão à procura de melhores oportunidades, porque

aqui elas não existem e porque nós baixámos os braços em relação a tentar encontrá-las».

Aplausos do PS.

É no preciso momento em que devíamos ter palavras de apoio que encontramos palavras de desalento.

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