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5 DE JANEIRO DE 2012

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Durante seis anos e meio, ouvimos tantos responsáveis do Partido Socialista, designadamente o Eng.º José

Sócrates aqui mesmo, na bancada do governo, prometerem que era «já a seguir» que se iria dar início à

dispensa e à prescrição e medicamentos pelo princípio ativo. Ora, essa liberdade de escolha nunca se veio a

concretizar.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Por outro lado, há o compromisso constante do Programa do Governo

no sentido de que o Ministério da Saúde irá desenvolver mecanismos para a prescrição e a dispensa de

medicamentos em dose individual.

Tudo isto, em suma, são melhores políticas que asseguram menos desperdício e cuidados de saúde de

igual qualidade aos utentes.

Sabemos que para as bancadas da esquerda as preocupações com a sustentabilidade dos regimes de

proteção social são apenas uma abstração.

Ora, este Governo, este Ministério da Saúde está vinculado a compromissos resultantes do resgate de que

fomos alvo, mas também teve a lucidez de perceber que está em causa a sobrevivência de um Serviço

Nacional de Saúde universal, geral e tendencialmente gratuito, tendo em conta as condições económicas e

sociais do utente.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Está em causa, Sr.as

e Srs. Deputados, o acesso a cuidados de saúde de qualidade na área da prevenção,

da cura e da reabilitação. Este Ministério da Saúde teve a lucidez de perceber que um SNS sempre deficitário,

sempre devedor a fornecedores, sempre dependente de dotações extraordinárias não é um SNS sólido, não é

um SNS que proporcione a confiança devida aos cidadãos.

Assim, como não é sério que um governo se tenha limitado a governar fazendo diagnósticos e anúncios,

optamos pelo caminho inverso. Não vamos adiar as medidas difíceis, porque governar é decidir. Claro que é

estudar, claro que é ouvir, claro que é ponderar, claro que é dialogar, mas chegou a altura de decidir e de

executar, mesmo quando isso implica reações dos setores envolvidos. Haverá muitas vezes tensões, pressões

e resistências à mudança, mas não será isso que irá deter as bancadas do PSD, do CDS e deste Governo de

avançarem com as medidas que são necessárias para garantir a sobrevivência do SNS.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Porque é através deste equilíbrio entre todos os interesses e preocupações legítimas dos setores

envolvidos, aos quais um decisor político não pode ceder, pois está em causa o superior interesse do Estado e

dos utentes, é através da coragem e da determinação que conseguiremos fazer as grandes reformas, sabendo

que o único interesse que nos move e que deve sempre prevalecer é o superior interesse do cidadão, com

uma opção preferencial pelos mais pobres e mais vulneráveis. Consideramos ser esse o nosso mandato para

salvar o SNS e para proteger os utentes.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se para pedir esclarecimentos à Sr.ª Deputada Teresa Caeiro os Srs.

Deputados Bernardino Soares, do PCP, João Semedo, do BE, Miguel Santos, do PSD, e António Serrano, do

PS, tendo a Sr.ª Deputada informado a Mesa de que responderá dois a dois.

Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, quero referir-me à

intervenção que acabou de fazer dizendo que o País bem precisa de medidas que possam conter os gastos

com medicamentos, não apenas para o Estado, mas também para os utentes.

É evidente que será positivo baixarem os preços dos genéricos e de outros medicamentos.