O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

20 DE JANEIRO DE 2012

11

Por outro lado, V. Ex.ª disse algo que tem de ser corrigido Sr.ª Deputada. V. Ex.ª é uma pessoa de boa-fé

mas tem de ser corrigido um aspeto que referiu, pois V. Ex.ª disse que houve perdão de dívidas à segurança

social.

Sr.ª Deputada, não houve qualquer perdão de dívidas à segurança social. Com a segurança social não se

brinca! V. Ex.ª não brinca e nós também não brincamos, e perdão de dívidas à segurança social é algo que é

completamente inaceitável.

Quanto à questão dos trabalhadores independentes, de facto, há alguns aspetos negativos que têm de ser

corrigidos. Lembro que esses aspetos e esses problemas nascem de um Código Contributivo que foi aprovado

a «toque de caixa» na antepenúltima legislatura pelo Partido Socialista, um Código Contributivo que incidiu

muito na área dos trabalhadores independentes, matéria da maior sensibilidade, em que é preciso ter imenso

cuidado, mas nem o governo nem a maioria parlamentar do Partido Socialista tiveram qualquer cuidado.

O desastre estava à vista e, como V. Ex.ª pôde testemunhar, várias vezes alertámos o governo para que

tivesse cuidado, fosse ponderado, fosse prudente, fosse sensato, porque esta era uma matéria muito delicada

que se podia converter numa situação altamente penosa para muitos cidadãos contribuintes. Foi realmente

isso que aconteceu.

Quando este Governo chegou e o novo conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social foi nomeado,

encontrou um enorme caos no que tem a ver com esta questão dos trabalhadores independentes e tem

trabalhado fortemente nesta matéria para recuperar as situações.

Por isso, direi o seguinte, Sr.ª Deputada: das 414 000 notificações há, de facto, um erro reconhecido em 33

000 casos. São muitos, Sr.ª Deputada, mas vão ser corrigidos e ninguém ficará com uma situação de contas

mal feitas com a segurança social — vai ter de se fazer as contas como deve ser, repito, e ninguém pode ficar

prejudicado.

Aliás, sei que neste momento o Ministério da Segurança Social mandou abrir já um inquérito para averiguar

como é que se chegou a esta situação, a fim de ela ser corrigida e para que cada um fique com aquilo que é

seu. Se um trabalhador independente deu dinheiro que não deveria ter dado, essa pessoa, obviamente, tem

de ser ressarcida.

Esta questão de injustiça social, que está latente nesta matéria, é o resultado de uma aprovação

precipitada, imponderada de um Código Contributivo que mexe com os trabalhadores independentes mas que

não o devia ter feito da forma como o fez, e essa injustiça social vai ser corrigida, prontamente, por este

Governo.

Por isso, Sr.ª Deputada, deixo-lhe aqui este anúncio e, sobretudo, o propósito de a senhora e eu

trabalharmos, se assim quiser, no sentido de que o Governo não se esqueça desta situação e a corrija, como,

aliás, está a fazer e muito bem.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, agradeço-lhe as questões mas é

preciso mais rigor. Basta ler o último Orçamento do Estado para se verificar a «mão leve» que se tem com as

empresas e as dívidas à segurança social.

Por outro lado, Sr. Deputado, e indo à questão essencial, que são os falsos recibos versus o Código

Contributivo, o senhor afirmou que o Código Contributivo terá de ser corrigido. Mas o Governo e

especialmente o Ministro Pedro Mota Soares, que tão bem conhece o Código Contributivo, tanto mais que

apresentou aqui, neste Parlamento, dois projetos de resolução (um aprovado e outro não) suscitando o seu

adiamento, não apresentaram propostas de alteração ao Código, que continha e contém erros. Devo dizer-lhe,

Sr. Deputado, que nem PSD nem CDS cumpriram aquilo que era o propósito do projeto de resolução que

fizeram aprovar, porque nunca apresentaram uma só proposta de melhoramento do Código Contributivo.

Portanto, quanto a isto estamos conversados e o senhor não pode desdizer o que acabo de afirmar.

Por outro lado, enquanto Governo e sabendo que aquele Código é injusto porque penaliza trabalhadores

por aquilo que não são — há trabalhadores que são considerados independentes e não são —, a segurança

social pode perfeitamente aferir estas situações e não quer, não responde. Assim, continuamos a ter milhares